O governador Cláudio Castro falou em enfrentamento da criminalidade após o “assassinato bárbaro” de três médicos em um quiosque na Barra da Tijuca, na zona oeste do Rio. Castro disse que as investigações não terminaram depois de os corpos dos supostos executores terem sido encontrados. O governador afirmou que a polícia chegou à linha de investigação do caso — de morte por engano — cerca de 12 horas após o crime.
“A gente tem que parar para fazer uma reflexão sobre o grau de periculosidade desses criminosos. Fazer um assassinato bárbaro desses, num lugar público, onde sabidamente era monitorado por câmeras. E, depois, fazer o seu próprio julgamento. Julgar e punir aqueles que fizeram um crime bárbaro é uma prova de que não estamos lidando somente com uma facção ou outra. Estamos lidando, sinceramente, com uma máfia, uma organização criminosa perigosíssima”, disse Castro em uma entrevista coletiva no Palácio Guanabara.
O governador disse, ainda, que “não existe morte por engano” e que a apuração do ataque a tiros contra os quatro médicos, que tirou a vida de três deles e deixou o outro ferido, será ampliada.
Além disso, Castro ressaltou que o combate à criminalidade precisa da união de todas as instituições e esferas de governo. Ele também declarou que “o problema não é somente do Rio de Janeiro, mas do Brasil”.
O secretário-executivo do Ministério da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Cappelli, também presente à coletiva, afirmou que o governo federal vai apoiar, com ações de inteligência, o estado do Rio no enfrentamento desse crime, que ele classificou de inaceitável.
O governador Cláudio Castro confirmou que está descartada a hipótese de crime político no caso. Inicialmente, a possibilidade foi considerada em razão de uma das vítimas ter sido o médico Diego Bomfim, irmão da deputada federal Sâmia Bomfim.
Por outro lado, o secretário de Polícia Civil do Rio Janeiro, José Renato Torres, disse que o inquérito não foi fechado e nenhuma hipótese, eliminada. Para ele, “todas as provas levam para a primeira linha de investigação”.
Torres afirmou que três dos quatro suspeitos encontrados mortos na madrugada desta sexta-feira (6), que teriam sido executados pelo tribunal do tráfico, já foram identificados.
Segundo ele, um dos homens já era investigado pela polícia como suposto envolvido no ataque a tiros contra os médicos na quinta (5).
O secretário afirmou que a ordem de matar os possíveis suspeitos é apurada com o “mesmo rigor” do caso dos médicos. “Se houve esse pseudotribunal, de que maneira foi feita essa reunião, para mim, pouco importa. A minha orientação para a Delegacia de Homicídios é que seja identificado cada um dos participantes e sejam submetidos ao rigor da lei.”