A Polícia Civil de São Paulo indiciou Natália Becker, uma esteticista envolvida em um procedimento que levou à morte de Henrique Chagas, de 27 anos. O delegado Eduardo Luís Ferreira confirmou o indiciamento e destacou os elementos que fundamentaram a decisão.

“O caso é delicado, e a polícia concluiu que o crime cometido foi homicídio por dolo eventual,” explicou Ferreira. “Isso implica que a esteticista assumiu o risco de causar a morte ao realizar o procedimento sem a estrutura e a competência necessárias.”

Segundo a polícia, Natália confirmou sua profissão de esteticista e mencionou que fez um curso livre com uma farmacêutica do Paraná, realizado online. Ela afirmou que o fenol utilizado no procedimento era uma versão atenuada, com cerca de 30% de concentração, que pode ser adquirida livremente na internet.

O delegado destacou que, apesar da gravidade do caso, seria prematuro pedir a prisão de Natália antes da conclusão dos laudos periciais. A decisão final sobre a responsabilização criminal dependerá dos resultados dessas análises.

“Sem intenção de matar”
Natália Becker, proprietária da clínica e influenciadora, compareceu à delegacia nesta quarta-feira acompanhada de sua advogada. Ela prestou um longo depoimento de aproximadamente duas horas e, ao sair, visivelmente abalada, declarou: “Está difícil para mim. É muito triste o que aconteceu. Acabou com a minha vida. Eu jamais tive a intenção de causar isso.” Segundo a advogada Tatiana Forte, Natália está profundamente abalada pelo ocorrido e está recebendo tratamento médico devido ao estresse. “Viemos antes da data prevista para prestar esclarecimentos e colaborar com a justiça,” disse Forte, reforçando o compromisso de sua cliente em cooperar com as investigações.

Especialização pela internet
A esteticista vem realizando o procedimento estético desde dezembro do ano passado em sua clínica, com uma média de dois procedimentos por semana. “Ela fez um curso livre e online com uma farmacêutica do Paraná para se capacitar,” explicou a advogada.

No entanto, segundo Forte, a esteticista não exigia exames pré-operatórios dos pacientes, por se tratar de um tratamento com uso de fenol atenuado, considerado menos invasivo.