Primeira-ministra de Bangladesh renuncia em meio a protestos que deixaram 300 mortos
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Primeira-ministra de Bangladesh renuncia em meio a protestos que deixaram 300 mortos

05/08/2024 | 09:31 Por Redação MZ Modificado em 05, agosto, 2024 9:31

Na segunda-feira (5), Sheikh Hasina, a primeira-ministra de Bangladesh, renunciou ao cargo após uma onda de protestos violentos que já resultaram na morte de 300 pessoas. O anúncio foi feito pelo comando das Forças Armadas do país, que também informou que Hasina deixou o Bangladesh após sua renúncia.

O chefe das Forças Armadas, Waker-uz-Zaman, anunciou a formação de um governo interino militar que assumirá o controle do país até que uma solução política duradoura seja encontrada. As Forças Armadas indicaram que a situação do país exigia uma intervenção urgente para restaurar a ordem.

A crise teve início com uma série de manifestações estudantis que começaram em julho e foram alimentadas por descontentamento com o sistema de cotas do governo. Este sistema, que reserva um terço dos empregos públicos para familiares de veteranos da guerra de independência contra o Paquistão em 1971, foi restabelecido em junho após ter sido abolido em 2018. Os manifestantes criticam o sistema por perpetuar privilégios e exigir a sua revogação.

Os protestos, inicialmente pacíficos, se transformaram em confrontos violentos com a polícia e grupos pró-governo. No último fim de semana, o governo bloqueou a internet em todo o país para tentar controlar a situação, mas as manifestações continuaram a se intensificar. Nesta segunda-feira, milhares de manifestantes invadiram a residência oficial da primeira-ministra na capital, Daca, demonstrando a profundidade da insatisfação popular.

Além da crise política, Bangladesh enfrenta sérios desafios econômicos, incluindo alta inflação, aumento do desemprego e escassez de reservas estrangeiras, fatores que também contribuem para o descontentamento da população.

De acordo com o canal local CNN News 18, Sheikh Hasina fugiu para a cidade de Agartala, no nordeste da Índia, onde já chegou e deve receber proteção do governo indiano. A situação permanece tensa enquanto o país aguarda as próximas etapas da transição política e a resposta internacional à crise em curso.

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