O Ministério Público Eleitoral (MPE) solicitou a suspensão do registro de candidatura do influencer Pablo Marçal (PRTB) à Prefeitura de São Paulo, alegando possível abuso de poder econômico. O pedido, protocolado pelo promotor Fabiano Augusto Petean, é baseado no uso de uma estrutura de cortes de vídeos para promover Marçal nas redes sociais, realizada por colaboradores pagos com recursos não declarados durante a pré-campanha.
Petean argumenta que Marçal, que conta com mais de 12 milhões de seguidores no Instagram, incentivou “cabos eleitorais” e “simpatizantes” a divulgar sua campanha em troca de pagamentos, cujas transações ainda não foram devidamente registradas. Para reforçar o pedido, o promotor anexou evidências de mensagens no TikTok onde perfis associados ao influencer oferecem pagamentos de até R$ 10 mil mensais para quem postar vídeos curtos sobre Marçal.
De acordo com o promotor, esses gastos, se confirmados, violam as regras da pré-campanha, que proíbem o uso excessivo de recursos financeiros não declarados. Ele pede a quebra dos sigilos bancário e fiscal das empresas de Marçal, além da suspensão imediata de sua candidatura. O pedido também inclui a abertura de uma Ação de Investigação Judicial Eleitoral para uma investigação mais profunda, podendo levar à inelegibilidade do candidato por oito anos ou à cassação de seu diploma se eleito.
O Ministério Público Eleitoral fundamentou sua ação em representações do PSB, da candidata Tabata Amaral, e do MDB, do prefeito e candidato à reeleição, Ricardo Nunes. Ambos acusam Marçal de abuso de poder econômico por meio da cooptação de colaboradores para promover seus conteúdos e distribuir brindes promocionais de candidatura, práticas proibidas por lei.
A campanha de Marçal, por sua vez, negou as acusações e afirmou que não há financiamento irregular, considerando o pedido uma tentativa do “bloco da esquerda” de frear sua candidatura. A decisão do juiz eleitoral ainda está pendente.