A Unidade Básica de Saúde de Felício dos Santos (MG) foi palco de um incidente que resultou em morte e na publicação de uma nota de repúdio pela prefeitura local. O vereador Wladimir Canuto (Avante) adentrou a Sala Vermelha de forma abrupta e injustificada, conforme relatado pela administração municipal. Durante a ação, um paciente acabou falecendo.

A prefeitura acusou o vereador de agressões verbais contra os servidores públicos e de ter agredido fisicamente uma funcionária. Canuto negou qualquer agressão física. Segundo a nota oficial, a entrada inesperada do vereador gerou tumulto e desestabilização psicológica entre a equipe médica, em um local destinado ao atendimento de pacientes em risco de morte. A identidade do paciente que faleceu não foi divulgada.

Em resposta, Wladimir Canuto afirmou que sua intenção era fiscalizar em nome da população, justificando sua entrada na área restrita pelo fato de vários pacientes estarem esperando atendimento por mais de duas horas. Ele disse que precisava verificar a situação como fiscal do município.

O vereador relatou que uma enfermeira havia informado que os médicos da unidade estavam atendendo emergências. Entretanto, um acompanhante de um paciente lhe disse que esses pacientes já haviam sido transferidos. Confrontado com essa informação, Canuto questionou novamente a enfermeira e, em seguida, aproveitou um momento para entrar na área restrita.

Em um vídeo publicado nas redes sociais, Canuto explicou que encontrou um dos médicos sozinho em uma sala, mexendo no celular. Ele questionou se o médico estava atendendo emergências online. Após verificar a presença de outro médico em outra sala, foi alertado pela enfermeira sobre a restrição de acesso, mas o vereador abriu a porta mesmo assim.

A médica Larissa Vieira, que estava no local, expressou sua indignação em um comentário no vídeo do vereador, destacando que realizava um procedimento de alta complexidade no momento da invasão. Ela questionou como Canuto poderia dormir com a consciência tranquila após o ocorrido.

A prefeitura afirmou que tomará todas as providências administrativas e judiciais cabíveis para responsabilizar o vereador, e espera que a câmara municipal também tome medidas em relação às atitudes de Wladimir Canuto, classificadas como levianas e criminosas.