Centro-direita vence eleições legislativas em Portugal; extrema-direita iguala socialistas e rompe bipolarização política
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Centro-direita vence eleições legislativas em Portugal; extrema-direita iguala socialistas e rompe bipolarização política

19/05/2025 | 11:01 Por redacao mz

A coligação de centro-direita Aliança Democrática (AD) consolidou sua vitória nas eleições legislativas para primeiro-ministro realizadas neste domingo (18) em Portugal. Liderado por Luís Montenegro, que já havia ocupado o mesmo cargo em 2024, o grupo obteve 32,7% dos votos e assegura 89 assentos no parlamento, retomando o comando do governo português. Até o momento, mais de 99% das urnas foram apuradas.

O resultado marca um retorno ao poder para Montenegro, que havia deixado o cargo em fevereiro. Em um discurso de celebração, o líder da AD prometeu priorizar políticas econômicas voltadas à valorização do trabalho, ao estímulo ao investimento e à ampliação da justiça social. Também sinalizou medidas mais rígidas no controle da imigração, sem abandonar o compromisso com o Estado Social e a juventude. “Vamos ser, como sempre fomos, o governo para todos, todos, todos”, disse a apoiadores em Lisboa.

O grande destaque da eleição, porém, foi o desempenho do partido de extrema-direita Chega, que igualou os socialistas (PS) em número de cadeiras — ambos com 58 — e se tornou, junto ao PS, a segunda maior força política do país. A legenda liderada por André Ventura celebrou a quebra do tradicional domínio político entre centro-direita e centro-esquerda. “Vamos continuar a investir na juventude. Vamos continuar a salvar o Estado Social. Vamos continuar a levar a cabo mais regulação da imigração. Mais reforço da segurança. Vamos continuar a estimular a produtividade e a cultura de mérito”, disse Luís Montenegro.

Já os socialistas, comandados por Pedro Nuno Santos, amargaram sua pior performance eleitoral desde os anos 1980. Em pronunciamento, Nuno Santos reconheceu a derrota e anunciou que deixará a liderança da sigla.

A nova composição do parlamento reflete um cenário político fragmentado e mais polarizado. A seguir, a distribuição dos assentos:

  • Aliança Democrática (AD): 89

  • Partido Socialista (PS): 58

  • Chega: 58

  • Iniciativa Liberal: 9

  • Livre: 6

  • CDU: 3

  • JPP: 1

  • PAN: 1

  • Bloco de Esquerda: 1

O resultado redesenha o mapa político português e evidencia o avanço da extrema-direita, colocando o novo governo de Montenegro diante do desafio de buscar estabilidade e consenso em meio à crescente pluralidade ideológica do Parlamento.