Bélgica tenta evitar incineração de contraceptivos dos EUA armazenados no país
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Bélgica tenta evitar incineração de contraceptivos dos EUA armazenados no país

02/08/2025 | 17:57 Por redacao mz

O governo da Bélgica iniciou negociações urgentes com os Estados Unidos para impedir a destruição de um enorme estoque de contraceptivos armazenados na região de Kempen. O material, avaliado em cerca de US$ 9,7 milhões, inclui pílulas, DIUs, implantes e cerca de 26 milhões de preservativos, e está sob risco de ser incinerado nas próximas semanas.

A situação é consequência direta da decisão do ex-presidente norte-americano Donald Trump, que suspendeu o financiamento da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (Usaid), responsável pela aquisição e distribuição desses insumos para países em desenvolvimento. Sem apoio financeiro, a distribuição foi interrompida e os estoques, agora parados em solo belga, foram designados para destruição.

Segundo o jornal britânico The Guardian, os Estados Unidos determinaram que o material seja incinerado na França até o dia 1º de agosto. Em resposta, o Ministério das Relações Exteriores da Bélgica entrou em contato com a embaixada americana em Bruxelas para tentar barrar o processo. A informação foi confirmada pela porta-voz Florinda Baleci, ao jornal francês Le Soir.

A empresa internacional de logística Kuehne + Nagel é responsável pelo armazenamento dos produtos, mas os diplomatas belgas já consideram transferi-los para outro local, a fim de ganhar tempo para uma solução alternativa. O desafio, porém, é que parte dos contraceptivos se aproxima da data de vencimento, o que pressiona as autoridades por uma resolução rápida.

O caso tem repercussão internacional e reacende o debate sobre os impactos de decisões políticas na saúde global e nos direitos reprodutivos em países mais vulneráveis.