O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou a criticar duramente o Brasil na quinta-feira (14), ao anunciar a imposição de uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros. Em coletiva de imprensa na Casa Branca, o republicano classificou o país como um “péssimo parceiro comercial” e acusou Brasília de cobrar tarifas muito mais altas que as praticadas por Washington.
“O Brasil tem sido um péssimo parceiro comercial em termos tarifários. Eles nos cobram tarifas enormes, muito mais do que nós estamos cobrando deles. Essencialmente, nós não estávamos cobrando nada”, afirmou.
Questionado sobre a aproximação do Brasil e do México com a China após a medida, Trump minimizou o impacto e disse não se preocupar com a relação dos dois países latino-americanos com Pequim. “Nenhum deles está indo muito bem, e o que estamos fazendo em termos de economia vai surpreender a todos, inclusive a China”, declarou.
As críticas de Trump ocorrem em meio a um cenário de tensão diplomática, agravado por sanções impostas pelo Departamento de Estado americano ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, acusado pelos EUA de liderar uma “campanha opressiva de censura” no Brasil. Moraes foi incluído na lista de restrições da OFAC, que bloqueia bens, impõe restrições bancárias e proíbe transações com entidades americanas — medidas conhecidas como “pena de morte financeira”.
Apesar das pressões, o Brasil segue como um dos principais parceiros comerciais dos EUA na América Latina. No entanto, a postura agressiva de Trump e as interferências em questões internas brasileiras colocam em risco os rumos da diplomacia entre os dois países, especialmente diante do avanço do Paraguai como novo aliado estratégico de Washington.