A proposta de anistia ganha cada vez mais força no Congresso e pode ter o requerimento de urgência votado já na próxima semana. A medida é defendida por parlamentares que veem na iniciativa uma forma de pacificação política e de resposta às perseguições que, segundo eles, têm marcado o cenário recente.
Na quinta-feira (11), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que o governo vai trabalhar contra o texto. A declaração ocorreu poucas horas antes de o Supremo Tribunal Federal condenar o ex-presidente Jair Bolsonaro, decisão que reforçou a percepção entre aliados de que há um movimento de judicialização da política e de enfraquecimento da oposição.
Desde o início da semana, o Planalto intensificou articulações para impedir o avanço da proposta. Ministros da chamada Frente Ampla foram acionados e a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, buscou diálogo com partidos do Centrão para travar a votação.
Para a base bolsonarista, no entanto, a anistia representa um passo essencial para restabelecer a normalidade democrática, diante do que classificam como excessos do Judiciário e tentativas de criminalizar adversários políticos. Parlamentares da oposição prometem pressionar para que a proposta avance, mesmo diante da resistência do governo.