A confirmação da terceira morte por suspeita de ingestão de bebida alcoólica com metanol na Grande São Paulo na segunda-feira (29) acendeu o alerta das autoridades e da população para os riscos da intoxicação por metanol, uma substância química altamente tóxica e proibida em bebidas.
Utilizado na indústria química para a produção de solventes, adesivos, combustíveis e revestimentos, o metanol (CH₃OH) pode ser fatal mesmo em pequenas quantidades quando ingerido por seres humanos. Diferente do etanol — presente nas bebidas alcoólicas convencionais e seguro para consumo em doses moderadas —, o metanol ataca diretamente o sistema nervoso central e pode causar danos graves em poucas horas.
O que é o metanol?
De acordo com a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), o metanol é um tipo de álcool industrial, normalmente produzido a partir do gás natural. É altamente inflamável, incolor e volátil. Por ser tóxico, seu uso é rigorosamente regulamentado — sendo terminantemente proibido em qualquer produto destinado ao consumo humano.
O que causa a intoxicação por metanol?
A intoxicação ocorre quando o metanol é ingerido, inalado ou absorvido pela pele, embora a via oral seja a mais comum em casos de bebidas adulteradas. No organismo, ele é metabolizado no fígado e convertido em substâncias altamente tóxicas, como formaldeído e ácido fórmico, que atacam órgãos vitais.
Quais são os sintomas da intoxicação por metanol?
Os sintomas iniciais podem ser confundidos com os efeitos comuns do consumo excessivo de álcool, mas evoluem rapidamente para um quadro grave. Os principais sinais de alerta incluem:
- Visão turva, embaçada ou perda da visão (cegueira súbita)
- Dor de cabeça intensa
- Náusea e vômito
- Tontura
- Dificuldade para respirar
- Convulsões
- Confusão mental ou inconsciência
- Coma ou morte, em casos mais severos
- Os sintomas podem aparecer de 1 a 72 horas após o consumo, dependendo da quantidade ingerida e do estado de saúde da pessoa.
Como se proteger?
A principal forma de prevenção é evitar bebidas de procedência duvidosa, especialmente aquelas:
- Vendidas sem rótulo ou lacre
- Oferecidas em embalagens reutilizadas ou sem informações claras de fabricação
- Comercializadas informalmente ou por preços muito abaixo do mercado
Segundo o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), qualquer bebida alcoólica comercializada no Brasil deve seguir um padrão de composição e rotulagem. Produtos fora dessas normas podem estar adulterados e oferecer risco à saúde.
O que fazer em caso de suspeita?
Se uma pessoa apresentar sintomas após consumir bebida alcoólica, procure atendimento médico imediatamente e, se possível, leve a embalagem do produto para análise. O diagnóstico e o tratamento precoce aumentam as chances de sobrevivência e minimizam as sequelas.
A Polícia Civil investiga os casos recentes de intoxicação na Grande São Paulo e reforça o alerta: o metanol não pode ser adicionado a bebidas. A prática é criminosa e coloca vidas em risco.