O Museu Casa Alfredo Andersen (MCAA) encerra o ano marcado pela expansão de públicos, o fortalecimento da formação artística e a valorização da tradição das artes visuais no Paraná. Neste ano, foram mais de 31 mil visitantes que passaram pelo museu. Entre a inauguração da mostra “Calderari: Amar, além do mar”, a ampliação das atividades da Academia Alfredo Andersen com o novo edital e o avanço de projetos como a residência artística, o MCAA consolidou seu papel como centro cultural dinâmico e em contínua renovação.
Para o ano que vem, a expansão continua. Serão 20 novos professores da Academia e a instalação de dois museus satélites em Ponta Grossa e Paranaguá. Assim, a instituição se prepara para ampliar ainda mais seu alcance e levar o legado de Alfredo Andersen a novas regiões do Estado.
Exposições
O Museu Casa Alfredo Andersen abriga importantes exposições que valorizam a arte paranaense. De caráter biográfico, o MCAA possui uma exposição fixa com mais de 400 peças, com obras e objetos de Alfredo Andersen, valorizando seus estudos e projetos para mostrar o homem além do artista. Em 2025, a mostra continuou sendo espaço para que as pessoas conheçam mais do homem que foi um dos pilares da pintura de nosso estado.
Neste ano, o MCAA encarou um desafio: montar uma exposição sobre a vida e obra de Fernando Calderari, pioneiro do abstracionismo no Paraná que faleceu em 2022. Em mais de um ano de pesquisa e preparação, a mostra “Calderari: Amar, além do mar” foi inaugurada no segundo andar do museu, com curadoria do diretor do espaço, Luiz Gustavo Vardanêga Vidal.
Com 136 peças entre pinturas, gravuras e objetos da trajetória artística de Calderari, a exposição também evidencia a linhagem artística do Paraná, da qual ele faz parte: discípulo de Theodoro De Bona, que por sua vez foi discípulo de Alfredo Andersen. Assim, a mostra ressalta a continuidade e a força de uma tradição que une mestres e discípulos, marcando gerações de artistas no Estado.
A exposição está em cartaz até fevereiro espalhada em diversos lugares de Curitiba. No MCAA, com as obras e objetos principais, no Centro Juvenil de Artes Plásticas, com releituras das obras de Calderari feitas por alunos de arte, e na galeria da Praça Alfredo Andersen, também expondo obras do artista. A visitação é gratuita e aberta a todos os públicos, em todos os espaços expositivos.
Com aumento dos visitantes nos três espaços em que a mostra está exposta, o MCAA expande a arte para além de quatro paredes e atraindo diferentes públicos para apreciar as iniciativas curatoriais do espaço.
A Academia Alfredo Andersen levou exposições dos alunos à diversas partes da cidade. A partir dos trabalhos feitos nas oficinas as exposições “Transborda”, “Confluências”, “Entre Olhares” e “TERRATECIDA” foram inauguradas e o público pôde conhecer mais os frutos dos cursos gratuitos oferecidos no Museu.
Academia – Junto ao Museu Casa Alfredo Andersen, a Academia faz parte do Complexo Alfredo Andersen, promovendo oficinas gratuitas de ensino das Artes Visuais para maiores de idade. Desde 2019, a Academia Alfredo Andersen representa um local que preserva o legado de educação do pai da pintura paranaense, o pintor norueguês Alfredo Andersen. O espaço, que possui profissionais capacitados, busca nutrir o desenvolvimento artístico e cultural, estabelecendo um vínculo de identidade entre a comunidade e a arte do Estado.
Neste ano a Academia atendeu mil alunos e alunas que buscavam se aprimorar em alguma área artística. A Academia conta com aulas de cerâmica, pintura, desenho, roda de leitura e neste ano inaugurou mais três cursos: desenho urbano/geométrico, curadoria e fotografia.
Apesar das vagas limitadas sempre disputadas no início de cada semestre, o público pôde aproveitar um pouco dos cursos da Academia com bate-papos abertos com artistas, promovidos pela turma de curadoria da Academia. Entre os artistas convidados para o projeto estavam Paolo Ridolfi, Toni Graton, Marcelo Le, Juliane Fuganti, Marcelo Conrado e Luiz Gustavo Vidal.
A partir da orientação dos professores da Academia, neste ano alguns estudantes foram selecionados para Salões de Artes Visuais em diferentes cidades pelo país. Foram selecionados alunos de pintura e cerâmica que compuseram o 8º Salão de Artes Visuais de Pinhais, aqui no Paraná, e o 20° Salão Ubatuba de Artes Visuais, em São Paulo.
Edital
Em parceria com a Secretaria de Estado da Cultura (SEEC), uma consulta pública foi aberta para receber sugestões da sociedade para o Edital de Oficinas Artísticas num valor total de recursos de R$ 320 mil. O chamamento público vai selecionar 40 projetos pedagógicos de instrutores e instrutoras para oferecer oficinas de formação artística para a comunidade, em diferentes áreas e níveis, na Academia Alfredo Andersen, no período de março a novembro de 2026. Com isto, espera-se que a oferta de vagas aumente em 100%.
Para o diretor do MCAA, Luiz Gustavo Vardanega Vidal, o novo edital marca uma nova etapa para o Museu Casa Alfredo Andersen. “Foi um ano muito profícuo para o espaço e encerramos com chave de ouro com o novo edital. Com ele, receberemos mais 20 professores. Isso quer dizer que, em 2026, a nossa Academia terá uma grande performance e vai pular para mais de 500 alunos por semestre. Esperamos que as metas continuem acima da média com toda nossa equipe sempre dedicada. Vida longa ao MCAA.”, completou o diretor.
Residência artística
Com centenas de visitantes, o ateliê da instituição recebeu diversos artistas para um período de residência, onde, durante de um a dois meses, trabalharam em suas linhas artísticas e ofereceram oficinas e exposições aos públicos do museu.
Prezando pela diversidade de linhas de pesquisa que também conversavam com a vida e obra de Alfredo Andersen, o ateliê recebeu artistas visuais com pesquisas em pintura, cerâmica artística, performance, fotografia, pigmentos naturais e moda. Durante o ano, quase mil pessoas visitaram a residência para conversar com os artistas.
O projeto tem como objetivo apresentar as residências artísticas como ambiente de formação, criação e difusão, defendendo a compreensão de sua atuação, como forma ampliada de atender uma necessidade e repensar processos no contexto contemporâneo. Por isso, os artistas também promoveram oficinas durante o período da residência
Para a artista Bianca Stella, que ofertou palestras e oficinas sobre o processo de criação de tintas naturais, além de lançar um guia sobre o assunto (disponível no site do MCAA), a vivência no ateliê foi significativa para sua pesquisa. “A residência foi uma experiência muito rica, que ampliou o meu repertório artístico e aprofundou a minha pesquisa sobre corantes e pigmentos naturais. Nas oficinas eu tive contato direto com o público e todas essas trocas foram importantes, porque elas me mostraram como as pessoas se relacionam com o tema e com os materiais que eu utilizo na minha pesquisa poética.”, afirma ela.
Visitas Guiadas
O setor educativo do MCAA promove durante todo o ano visitas guiadas adaptadas para diversos grupos. Neste ano, 4.430 pessoas de diversas idades se inscreveram para ter essa experiência única no museu.
A visita conta com mediação na exposição fixa de Andersen e em exposições temporárias, atividades com foco nos três gêneros de pintura do artista, atividades de curadoria e restauro, apresentação da Academia Alfredo Andersen e de seus cursos.
Os atendimentos são personalizados a partir das expectativas, faixa etária e especificidades dos grupos, sejam eles: estudantes do Ensino Fundamental até Superior; grupo de turistas; artistas; idosos; primeira Infância (acompanhados de seus responsáveis); entre outros.
“Para as pessoas que atendemos nas visitas guiadas, muitas vezes é a primeira vez que vem ao museu. E na maioria das vezes se encantam de tal forma que voltam trazendo família e amigos”, afirma Silvia Anete Antunes, do setor educativo do MCAA. Ao guiar as visitas, Silvia afirma que é sempre uma alegria ver o olhar curioso e surpreso dos visitantes ao entrar na primeira sala e começar a conhecer a história e obras do pai da pintura paranaense. “A gente sente e sabe que plantou uma primeira sementinha, que colaboramos na educação e na formação desses jovens visitantes.”, ela completa.
Museu satélite
O Governo do Estado, por meio da Secretaria da Cultura (SEEC), irá criar dois satélites do Museu Casa Alfredo Andersen em 2026. A proposta faz parte de um plano de expansão e democratização cultural, para estimular a formação de públicos e fortalecer a identidade regional por meio da presença permanente do patrimônio museológico em diferentes pontos do Estado.
Para o ano que vem, o MCAA estará presente não apenas em Curitiba, mas terá sedes em Ponta Grossa e Paranaguá, cidade em que Alfredo Andersen chegou de barco em 1892 e o fez se apaixonar pelo Brasil, escolhendo nosso país como seu lar e trazendo técnicas de pintura que mudariam o rumo da Arte no Paraná.
Com a implantação dos novos espaços, mais de 3 milhões de peças pertencentes aos acervos dos museus estaduais poderão circular por outras regiões, ampliando de forma concreta o acesso da população à arte, à história e à memória.





