Os países do Mercosul concluíram, na quarta-feira (3), as negociações de um novo acordo de livre comércio com a Associação Europeia de Livre Comércio (EFTA), formada por Noruega, Suíça, Islândia e Liechtenstein. O tratado, que vinha sendo discutido desde 2017, representa um marco nas relações comerciais entre os blocos e deve impactar diretamente consumidores e produtores dos dois lados.
Um dos destaques é a eliminação da tarifa de importação sobre o chocolate suíço, que atualmente paga 20% para entrar nos países do Mercosul. Com o novo acordo, o produto poderá ser comercializado no bloco sul-americano com preço mais competitivo.
Em contrapartida, o setor agropecuário brasileiro também será beneficiado. O acordo prevê que a carne bovina do Brasil terá acesso ampliado ao mercado suíço, com uma cota anual de 3 mil toneladas livres de impostos, um avanço expressivo em relação ao volume atualmente exportado para o país europeu.
Além disso, o pacto determina a eliminação imediata de tarifas para os setores industrial e pesqueiro, e prevê concessões parciais para produtos agrícolas como milho, aves, frutas e café.
Ao entrar em vigor, o acordo criará um mercado conjunto de cerca de 290 milhões de consumidores, com um Produto Interno Bruto (PIB) estimado em mais de US$ 4,3 trilhões. O Brasil, especificamente, irá liberalizar cerca de 97% do comércio com os países da EFTA, enquanto os produtos restantes terão desonerações graduais.
O tratado também aborda temas como compras governamentais, propriedade intelectual, investimentos e mecanismos de solução de controvérsias, seguindo padrões modernos de comércio internacional.
Antes de entrar em vigor, o acordo ainda precisará passar por trâmites legais e aprovação política nos países envolvidos, com assinatura oficial prevista para o final de 2025.