Aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) reagiram à morte de Cleriston Pereira da Cunha, um dos presos por envolvimento com os atos de 8 de Janeiro, com críticas ao Supremo Tribunal Federal (STF) e ao ministro da Alexandre de Moraes. O detento tomava um banho de sol, ontem (20), quando teve um mal súbito na Penitenciária da Papuda, em Brasília.
A defesa de Cleriston Pereira da Cunha, 46 anos, havia pedido ao ministro Alexandre de Moraes para que ele fosse colocado em liberdade provisória. Em 1º de setembro, a Procuradoria-Geral da República (PGR) deu parecer favorável ao pleito, mas ainda não havia despacho do STF sobre a solicitação. O homem respondia a uma ação penal por acusações de associação criminosa armada, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado.
O senador e ex-vice presidente Hamilton Mourão (Republicanos-RS) criticou o fato de Cleriston ainda estar preso até a última segunda-feira, 20, mesmo com o parecer da PGR. De acordo com o parlamentar, o falecimento do homem representa uma “burocracia que vem cerceando direitos dos presos”. “É preciso uma investigação minuciosa para que esse fato gravíssimo seja esclarecido”, afirmou Mourão.
O deputado federal Ubiratan Sanderson (PL-RS), presidente da Comissão de Segurança Pública da Câmara dos Deputados, publicou nas redes sociais um documento enviado para a Vara de Execuções Penais do Distrito Federal. No texto, Sanderson questiona os motivos que levaram à morte do preso. “Alguém terá que ser responsabilizado”, afirmou o parlamentar do PL.
A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) afirmou que o seu gabinete está trabalhando em conjunto com a bancada de oposição ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para a realização de uma “apuração dos fatos relacionados a essa infeliz notícia”.
O deputado Coronel Meira (PL-PE) chamou Cleriston, de “patriota” e publicou uma imagem em que afirma que o preso “pagou com a sua vida”.
O ex-deputado federal e ex-procurador Deltan Dallagnol (Novo-PR) também ressaltou o aval dado pela PGR à concessão da liberdade provisória para Cleriston. “Não há palavras para a injustiça absurda praticada pelo Supremo”, disse.
Cleriston era acompanhado por equipe multidisciplinar da Unidade Básica de Saúde da Papuda desde que foi preso em janeiro durante a invasão dos Três Poderes. Ele recebia remédios controlados para diabetes e hipertensão.