
O Instituto Butantan desenvolveu uma candidata a vacina contra a covid-19 e anunciou que deve pedir nesta sexta-feira (26/03) autorização à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para iniciar ensaios clínicos em humanos. O novo imunizante foi batizado “Butanvac”.
Em coletiva de imprensa, o diretor do Butantan, Dimas Covas, disse que os testes devem ser concluídos até o fim de 2021, e o instituto prevê disponibilizar 40 milhões de doses prontas da nova vacina antes da virada do ano.
A iniciativa ocorre no âmbito de um consórcio internacional liderado pelo Butantan e que conta com participação do Vietnã e da Tailândia. Se tudo ocorrer como previsto, o Butantan será responsável por produzir até 85% das doses do novo imunizante.
Maior produtor de vacinas do Brasil, o Butantan espera que a Anvisa conceda em breve a autorização para o início dos testes ainda em abril. Covas destacou que o desenvolvimento do imunizante começou há um ano. O instituto deve começar em maio a produção da vacina.
“Essa vacina será integralmente produzida aqui, nós não dependeremos de nenhum insumo, da importação de nenhum insumo, é uma tecnologia que já existe. Essa tecnologia é a mesma que é usada para a produção da vacina da gripe”, destacou Covas.
A tecnologia da Butanvac, de acordo com o jornal Folha de S.Paulo, “utiliza o vírus inativado de uma gripe aviária, chamada doença de Newcastle, como vetor para transportar para o corpo do paciente a proteína S (de spike, espícula) integral do Sars-CoV-2″. A proteína S é responsável pela ligação entre o novo coronavírus, causador da covid-19, e as células humanas, e, ao ser inserida sozinha no corpo, favorece uma resposta imune. Assim, a vacina utilizará a proteína da variante brasileira do vírus.
“Nós queremos que essa vacina chegue a países de renda baixa e média, porque é lá que nós precisamos combater a pandemia”, disse Covas. “Temos que ter vacinas para esses países, porque é lá que nós vamos ter combater a epidemia para, globalmente, sermos bem sucedido”, acrescentou.