Uma intensa massa de ar seco e quente avança pelo Centro-Norte do Brasil e deve provocar temperaturas ainda mais elevadas nos próximos dias. O fenômeno, conhecido como bolha de calor, já afeta amplamente o país e tende a se intensificar e se expandir durante esta semana, com registros que ultrapassam os 40°C em várias regiões.
De acordo com estações meteorológicas do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), as temperaturas registradas recentemente já demonstram a gravidade da situação. Cuiabá (MT) atingiu 39,0°C, Porto Nacional (TO) marcou 38,5°C, Coxim (MS) chegou a 38,3°C e São Félix do Xingu (PA) teve 38,2°C. No interior de São Paulo, Dracena registrou 35,2°C, e em Minas Gerais, Campina Verde e Ituiutaba marcaram 34,6°C.
Centro-Oeste terá os maiores extremos
A região mais afetada será o Centro-Oeste, com destaque para Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Em Cuiabá, a previsão é de temperaturas próximas ou acima dos 40°C até o fim da semana. Campo Grande também deve registrar máximas em torno dos 35°C, principalmente na sexta-feira e no sábado.
Esse cenário é típico desta época do ano, quando o Centro do país vive o auge da estação seca. Em cidades como Goiânia (GO), é comum agosto registrar alguns dias com temperaturas acima de 35°C, mas o calor atual já ultrapassa a média climatológica.
Sudeste também sofre com o calor
O estado de São Paulo terá dias muito quentes, especialmente nas regiões Oeste, Centro e Norte. Há previsão de temperaturas entre 37°C e 39°C em diversas cidades do interior. A capital paulista também sentirá os efeitos do calor intenso, com máximas previstas entre 32°C e 33°C na sexta e no sábado, valores que se aproximam dos recordes históricos para o mês.
Agostos quentes já foram registrados na capital em anos anteriores, como em 1952 e 1955 (33,1°C), 1963 (33,0°C) e mais recentemente em 2021, quando os termômetros chegaram a 32,8°C.
Norte, Nordeste e parte do Sul sob influência do calor
No Norte do Brasil, estados como Rondônia, Pará e Amazonas devem registrar temperaturas superiores a 35°C, podendo passar dos 40°C em pontos isolados. O calor também atinge o Maranhão e o Piauí, com dias extremamente quentes previstos para os próximos dias.
Já no Sul do país, a bolha de calor terá efeito mais moderado. No Paraná, cidades do Oeste, Noroeste e Norte poderão registrar máximas superiores a 35°C. Em Santa Catarina, o calor será menos intenso. O Rio Grande do Sul sentirá os efeitos por um período curto, com aumento de temperatura na sexta-feira seguido da chegada de uma frente fria no sábado.
O que é uma bolha de calor?
Uma bolha de calor — ou domo de calor (heat dome, em inglês) — ocorre quando uma área de alta pressão atmosférica se estabelece sobre uma região e impede a movimentação de sistemas meteorológicos, como frentes frias. O ar quente fica aprisionado sob essa “cúpula” e se aquece ainda mais devido à compressão atmosférica, à ausência de nuvens e à forte radiação solar.
Neste evento, o centro da bolha está localizado entre o Paraguai e o Centro-Oeste brasileiro, o que explica a intensidade do calor especialmente nesta região.
Riscos e cuidados
As temperaturas extremas combinadas com baixa umidade relativa do ar aumentam os riscos à saúde. Especialistas recomendam evitar exposição prolongada ao sol, especialmente entre 10h e 16h, manter boa hidratação, usar roupas leves e redobrar a atenção com crianças, idosos e pessoas com problemas respiratórios.
Embora ainda seja inverno, episódios de calor intenso são comuns entre agosto e outubro no Centro do Brasil. No entanto, a intensidade e a abrangência do evento atual o tornam um dos mais significativos dos últimos anos para esta época.
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