A diretoria do Sport Club Corinthians Paulista, sob a liderança de Osmar Stabile, deu início ao planejamento para a temporada de 2026 com o objetivo central de reverter a delicada situação financeira do clube. Com uma dívida total que atinge a marca de R$ 2,7 bilhões, a gestão traçou um plano de austeridade focado na redução de custos e no aumento de receitas.
Uma das principais medidas anunciadas é a diminuição dos gastos com pessoal, que englobam salários, encargos trabalhistas, direitos de imagem e premiações. Até julho deste ano, o clube desembolsou R$ 256,1 milhões nesta rubrica. Naturalmente, a contenção de despesas passará por uma readequação da folha salarial do elenco, considerada uma das mais altas do país.
O plano inclui a possibilidade de negociar a saída de jogadores com vencimentos elevados e rendimento abaixo do esperado. A reestruturação de custos também deve se estender a funcionários do Centro de Treinamento Joaquim Grava e do clube social.
Paralelamente à redução de despesas, o Corinthians busca o aumento das receitas. A diretoria entende que o clube recebe valores defasados em setores estratégicos e, por isso, articula a renegociação do patrocínio máster do uniforme e dos naming rights da Neo Química Arena. Além disso, há negociações avançadas para a troca da empresa responsável pelo estacionamento do estádio.
O plano financeiro prevê ainda a venda de atletas. A partir de janeiro, a gestão avaliará com atenção eventuais propostas por seus principais ativos, como os jovens Breno Bidon e Gui Negão, além do atacante Yuri Alberto.
Caso Fabinho Soldado e Renovação
Nos bastidores, o futuro do executivo de futebol Fabinho Soldado é incerto a partir de 2026. Apesar do presidente Osmar Stabile reforçar publicamente a confiança no profissional, sua permanência será debatida internamente. Aliados de Stabile consideram alto o salário do executivo, o que pesa na análise, e o fato de ter sido contratado pela gestão anterior, de Augusto Melo, aumenta a desconfiança em meio a uma “limpa” de profissionais ligados à administração passada.
No que tange ao elenco, o Corinthians negocia a renovação do contrato do lateral-esquerdo Fabrizio Angileri, que se encerra no final da temporada. O clube também manifesta interesse em adquirir Maycon em definitivo, mas a negociação é vista como complexa, principalmente devido à dívida com o Shakhtar Donetsk, detentor dos direitos do volante, que é peça-chave e titular absoluto da comissão técnica.
Dívidas e Transfer Ban
Enquanto planeja 2026, o Corinthians corre para solucionar pendências na FIFA e evitar novas punições. A diretoria planeja quitar a dívida com o Santos Laguna pela compra do zagueiro Félix Torres ainda neste ano, utilizando recursos do repasse da Liga Forte União (LFU).
O clube também busca um acordo com o estafe de Matías Rojas, que cobra valores atrasados de direitos de imagem, e tenta dialogar com o Talleres, que reclama de falta de pagamento pela transação envolvendo o meia Rodrigo Garro. A solução dessas pendências é crucial para evitar um novo transfer ban e garantir tranquilidade para o planejamento esportivo.
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