Uma réplica artesanal do modelo Ferrari F-40, fabricada por um dentista em Cachoeira Paulista, interior de São Paulo, foi destruída pela Justiça após uma longa disputa com a montadora italiana. O veículo foi construído de maneira improvisada em uma oficina montada na garagem da casa do dentista José Vitor Estevam, que iniciou a produção em 2017. O protótipo, feito com peças de carros batidos e materiais comprados em lojas de construção, foi apreendido após ser colocado à venda, gerando uma investigação por parte da Ferrari.
O caso ganhou destaque recentemente com a atualização do processo judicial, que busca o pagamento de uma indenização de R$ 42,5 mil, referentes a lucros cessantes e danos materiais. A Ferrari, que tem combatido a reprodução não autorizada de seus modelos no Brasil, alega que a réplica do F-40 infringiu sua propriedade intelectual. A montadora identificou o anúncio do veículo na internet, o que levou à apreensão e, posteriormente, à destruição do carro em 2020.
A réplica foi fabricada por José Vitor com o uso de materiais simples, como chapas de ferro e fibra de vidro, e peças reaproveitadas de veículos como um Toyota Camry. O trabalho de construção do carro levou de um a dois anos, mas a tentativa de comercializá-lo por R$ 80 mil gerou a ação judicial. A Ferrari argumenta que o dentista usou seu design exclusivo para fins lucrativos, o que viola a legislação de propriedade industrial. O valor da indenização está em aberto, mas a Justiça bloqueou uma pequena quantia nas contas bancárias do acusado.
A disputa entre as partes se estendeu por anos, com José Vitor até processando a Ferrari por danos morais, alegando prejuízos emocionais devido à exposição pública do caso. No entanto, sua alegação foi rejeitada pela Justiça. A condenação do dentista, que não pode mais fabricar ou comercializar réplicas, encerra mais um capítulo da batalha judicial envolvendo réplicas de veículos de luxo e a proteção dos direitos de marcas famosas.
Com informações: G1| Foto: Arquivo pessoal
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