Aliados de Jair Messias Bolsonaro no PL acreditam que o ministro Alexandre de Moraes trabalha com um prazo para colher provas e prender o ex-presidente até julho deste ano. Figuras importantes do partido acreditam que, se o ministro tomar uma medida mais aguda contra o ex-presidente, como a determinação de uma prisão preventiva, fará isso antes do início da propaganda eleitoral, que começa em agosto. Em 2024, estarão em jogo comando de prefeituras e assentos nas câmaras municipais.
A avaliação é que, se Bolsonaro estiver solto até agosto, não haverá movimentações agudas da Polícia Federal até o encerramento do pleito eleitoral , no fim de outubro. Isso porque uma determinação de Moraes, durante a Eleição, poderia ser interpretada como perseguição política e turbinar a candidatura de políticos do PL.
De acordo com deputados próximos ao ex-presidente, Moraes atua para não permitir que Bolsonaro, já tornado inelegível, desempenhe o papel de cabo eleitoral este ano. Tal efeito, avaliam, seria devastador para as pretensões do PL.
Já no STF, Alexandre de Moraes tem dito que não se deixará levar por fatores externos ao nortear suas decisões. Na segunda-feira (25), a revelação de que Bolsonaro esteve na Embaixada da Hungria acendeu o alerta da Polícia Federal. Contudo, segundo fontes da PF, as imagens de Bolsonaro na embaixada, por si só, são insuficientes para formalizar um pedido de prisão preventiva.
Moraes só determinará o encarceramento do ex-presidente, antes do julgamento pela Corte, caso consiga comprovar o risco de fuga ou de que Bolsonaro tem atrapalhado as investigações.
Aliados de Bolsonaro acreditam que uma possível vitória de Donald Trump na eleição à Presidência dos Estados Unidos, em novembro deste ano, enfraqueceria as chances de prisão. Conforme os parlamentares do PL, a eventual prisão de Bolsonaro ficaria “mais difícil” com um ultra-aliado na Presidência da maior potência mundial. O “fator Trump” também aceleraria o rumo das investigações envolvendo Bolsonaro.
Até o momento, os principais institutos de pesquisa norte-americanos apontam empate técnico entre Trump e o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden.