Em meio ao julgamento polêmico no Supremo Tribunal Federal (STF), que resultou na controversa condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro a 27 anos de prisão, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) voltou a denunciar o avanço autoritário no Brasil e alertou para os riscos de o país seguir o mesmo caminho da Venezuela.

Segundo Eduardo, que está nos Estados Unidos desde março para denunciar abusos e defender a liberdade, a situação brasileira é grave e pode justificar uma reação internacional. Ele afirmou, em entrevista ao portal Metrópoles, que, diante de um cenário de eleições sem transparência, perseguição à oposição e censura crescente, os Estados Unidos poderiam intervir para proteger a democracia no Brasil.

“Se o regime brasileiro for consolidado e tiver uma evolução igual à da Venezuela… pode perfeitamente, no futuro, ser necessária a vinda de caças F-35 e de navios de guerra”, declarou.

A fala do deputado vem após a decisão do STF, criticada por juristas e parlamentares como uma ofensiva política contra um ex-presidente legitimamente eleito e amplamente apoiado pelo povo. A sentença é vista por muitos como um marco da perseguição judicial e do uso do Judiciário como instrumento de repressão política.

Críticas ao STF e apoio internacional

Eduardo Bolsonaro tem feito alertas constantes sobre os excessos do ministro Alexandre de Moraes e do STF. Segundo ele, a escalada autoritária não pode mais ser contida apenas com sanções diplomáticas, como cassação de vistos e tarifas sobre produtos brasileiros. Ele defendeu ações mais enérgicas, caso o Brasil não retome a normalidade democrática até as eleições de 2026.

Eduardo elogiou a postura firme do governo Trump, destacando a fala da porta-voz Karoline Lavit e do Secretário de Estado Marco Rubio, que condenaram a prisão de Bolsonaro e prometeram resposta firme dos EUA.

 “Acho que se as autoridades brasileiras tiverem juízo, elas vão prestar muita atenção nesse discurso”, alertou Eduardo.

Reação às ameaças e polêmica com Moraes

Durante manifestações do 7 de Setembro, Eduardo Bolsonaro publicou um vídeo contundente em que promete responsabilizar o ministro Alexandre de Moraes e sua família pelos abusos cometidos no processo contra Bolsonaro.

“Moraes, você, a sua mulher e os seus filhos… eu vou atrás de cada um de vocês”, disse o deputado, em vídeo compartilhado com apoiadores nas redes sociais.

Embora tenha reconhecido que o tom foi forte, Eduardo justificou sua postura dizendo que, diante da tirania, apenas a força e a coragem podem garantir a paz:

 “Só um homem agressivo pode ser pacífico, do contrário a única opção é ser cordeiro”.

Reação do governo Lula e Itamaraty

O Ministério das Relações Exteriores, alinhado ao governo Lula, respondeu com nota oficial no X (antigo Twitter), afirmando que as críticas internacionais não intimidarão a democracia brasileira — declaração que gerou reações imediatas entre apoiadores do ex-presidente, que consideram o atual regime como uma ameaça às liberdades constitucionais. Enquanto isso, Eduardo Bolsonaro e aliados seguem com a articulação internacional, planejando agora levar as denúncias ao Parlamento Europeu, fortalecendo a frente global de defesa das liberdades civis no Brasil.