O Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS) desencadeou na quarta-feira (11) a 13ª fase da Operação Leite Compensado, focada na adulteração de produtos lácteos em uma fábrica da Dielat, localizada em Taquara, na região metropolitana de Porto Alegre. A investigação revelou a adição de substâncias perigosas, como soda cáustica e água oxigenada, em produtos como leite UHT, leite em pó e compostos lácteos, usados para reprocessar produtos vencidos e recuperar itens deteriorados.
Durante a operação, foram cumpridos quatro mandados de prisão preventiva e 16 de busca e apreensão em empresas e residências em São Paulo e em quatro municípios gaúchos: Taquara, Parobé, Três Coroas e Imbé. Entre os presos estão o químico da fábrica, o sócio-proprietário e dois gerentes. A ação contou com a colaboração do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público de São Paulo e apoio da Brigada Militar do Rio Grande do Sul.
O Tribunal de Contas do Estado identificou que a Dielat forneceu leite para merenda escolar em sete cidades gaúchas, incluindo Alvorada, Canela, Gravataí, Ivoti, Porto Alegre, Taquara e Viamão. Recentemente, a empresa também venceu um certame para distribuir produtos derivados do leite para escolas de um município paulista.
Em resposta às revelações, a Associação dos Criadores de Gado Holandês do Rio Grande do Sul lamentou o envolvimento da Dielat, destacando que o leite gaúcho mantém elevados padrões de qualidade e que tais adulterações não têm origem nas propriedades rurais. Por sua vez, o Sindicato da Indústria de Laticínios do Rio Grande do Sul (Sindilat) repudiou a informação e exigiu rigor na apuração dos fatos, ressaltando que qualquer tentativa de burlar o sistema deve ser punida.
O caso segue sendo investigado, e a expectativa é que novas informações surjam à medida que as autoridades avançam na apuração.