A influenciadora Viviane Noronha voltou a criticar duramente a atuação da Polícia Civil do Rio de Janeiro nesta terça-feira (3), após sua casa ser alvo, mais uma vez, de uma operação de busca e apreensão. A residência, localizada na zona oeste da capital, é a mesma que divide com o marido, o funkeiro MC Poze do Rodo, preso na semana passada e que deve deixar a prisão ainda hoje, após obter um alvará de soltura.
Sem acesso ao próprio perfil no Instagram, Viviane recorreu à conta do cantor para publicar um desabafo nos stories. No texto, ela denuncia o que considera um novo episódio de abuso por parte das autoridades. “Hoje mais uma vez minha casa foi violada. Alguém acredita que foi por acaso essa operação? Logo no dia que vão soltar o Marlon e um dia depois de eu denunciar atrocidades que a polícia vem fazendo, o caso do sumiço dos ouros e a humilhação racista e desnecessária a qual eles nos expuseram no dia da prisão?”, escreveu, mencionando que a operação ocorreu justamente no dia da liberação de Marlon — nome de batismo de MC Poze — e um dia após ela ter feito denúncias contra a conduta policial.
Viviane também acusou a polícia de agir com preconceito e repressão sistemática contra moradores de comunidades. “A favela vai se lembrar muito bem das atrocidades e da perseguição que sua polícia está fazendo com o povo da periferia”, declarou, marcando o governador Cláudio Castro (PL) e questionando o sumiço de bens, como joias, durante a ação que culminou na prisão do marido.
MC Poze do Rodo está sendo investigado por suposta apologia ao crime e envolvimento com o tráfico de drogas. Segundo a Polícia Civil, ele teria se apresentado em bailes promovidos em áreas controladas pelo Comando Vermelho, supostamente com proteção de traficantes armados. As letras de suas músicas, ainda de acordo com os investigadores, extrapolariam os limites da liberdade de expressão, ao fazerem referências ao uso de drogas e porte ilegal de armas.
A operação foi conduzida pela Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE), que afirma que os eventos onde o artista se apresenta seriam utilizados como fachada para impulsionar o comércio ilegal de entorpecentes.
Em resposta às críticas, a Polícia Civil reiterou que as investigações continuarão para identificar todos os envolvidos nas práticas criminosas apontadas, incluindo possíveis financiadores dos eventos. Enquanto isso, Viviane Noronha diz que continuará denunciando o que chama de tentativa de silenciamento. “Vocês não vão calar a gente”, escreveu ela, mantendo o tom de enfrentamento nas redes sociais.