O ex-ministro da Agricultura e Assuntos Rurais da China, Tang Renjian, de 63 anos, foi condenado à morte no domingo (28) por corrupção, segundo decisão do Tribunal Popular Intermediário de Changchun, na província de Jilin. A pena, no entanto, foi suspensa condicionalmente por dois anos e poderá ser comutada para prisão perpétua, caso o réu não cometa novas infrações durante esse período.

Tang foi acusado de receber 268 milhões de yuans em subornos — o equivalente a cerca de R$ 200 milhões — ao longo de 17 anos, entre 2007 e 2024. Nesse período, ele ocupou cargos de grande influência, como o de governador da província de Gansu e, posteriormente, ministro da Agricultura. Segundo a sentença, ele usou sua posição para beneficiar indivíduos e departamentos em contratos públicos, nomeações e facilitação de negócios.

A corte considerou o montante dos subornos “extremamente elevado” e apontou que os atos causaram “graves prejuízos ao Estado e ao povo chinês”, o que justificaria a severidade da pena aplicada. Além da condenação à morte com suspensão, Tang perdeu seus direitos políticos de forma vitalícia e teve todos os bens pessoais confiscados. Os valores obtidos de forma ilícita serão revertidos ao Tesouro da China.

O tribunal, no entanto, levou em conta fatores atenuantes. Tang confessou os crimes, demonstrou arrependimento e colaborou com as investigações, entregando inclusive recursos que ainda não eram de conhecimento das autoridades.

A investigação contra o ex-ministro teve início em maio de 2024, por “graves violações das normas do Partido e das leis nacionais”. Ele foi expulso do Partido Comunista Chinês e afastado dos cargos públicos seis meses depois. Em abril de 2025, foi formalmente acusado por suborno e teve seu caso julgado publicamente em julho deste ano. A decisão judicial ocorre em meio a uma campanha anticorrupção cada vez mais rigorosa na China, promovida pelo governo central, e que tem resultado em condenações severas a altos funcionários públicos.