Ao menos 24 pessoas morreram e mais de 40 ficaram feridas neste sábado (9) após uma explosão de bomba em uma estação de trem na cidade de Quetta, capital da província de Baluchistão, no sudoeste do Paquistão. A explosão ocorreu durante as primeiras horas da manhã, quando a estação, normalmente movimentada, estava cheia de passageiros.
De acordo com o inspetor-geral da polícia de Baluchistão, Mouzzam Jah Ansari, o ataque foi direcionado a membros do Exército, especificamente a um grupo vinculado à Escola de Infantaria. 16 soldados estão entre as vítimas fatais, enquanto muitos dos feridos se encontram em estado crítico.
O Exército de Libertação Baluchistão, um grupo separatista militante, reivindicou a autoria do atentado em uma declaração enviada à agência Reuters. O grupo busca a independência da província de Baluchistão, que, com cerca de 15 milhões de habitantes, possui grandes reservas de recursos minerais, incluindo gás natural e minério de ferro, e faz fronteira com o Afeganistão e o Irã.
A província tem sido palco de um aumento no número de ataques separatistas nos últimos meses, o que levanta preocupações sobre a segurança em projetos de exploração dos recursos locais, incluindo parcerias com empresas chinesas para o desenvolvimento de um porto e uma mina de ouro e cobre. O comissário de Quetta, Hamza Shafqat, confirmou que pelo menos 44 pessoas foram hospitalizadas, com muitas delas gravemente feridas.
A explosão foi registrada dentro da estação ferroviária quando o expresso com destino a Peshawar estava prestes a partir. O superintendente de operações policiais, Muhammad Baloch, afirmou que o ataque foi provavelmente realizado por um suicida. As investigações estão em andamento para determinar mais detalhes sobre o ataque e identificar os responsáveis.
Este ataque ocorre em meio a uma escalada de violência na província, que também foi cenário de outros atentados em agosto, quando 73 pessoas morreram em uma série de ataques coordenados contra delegacias de polícia, ferrovias e rodovias. Esses ataques fazem parte de um movimento de longa data de insurgentes que lutam contra o governo paquistanês, acusando Islamabad de explorar injustamente os recursos naturais de Baluchistão, enquanto a população local sofre com a marginalização e a falta de investimentos.
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