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A precariedade da infraestrutura aérea de Ponta Grossa voltou a gerar transtornos nesta sexta-feira (08), durante o encerramento da 25ª edição da Agroleite, um dos principais eventos do agronegócio no país. O economista e ex-ministro da Economia Paulo Guedes, que participaria presencialmente do Fórum da Agricultura – Impactos do cenário global e nacional no agronegócio brasileiro, precisou cancelar sua ida a Castro por conta da ausência de um sistema básico no aeroporto local: o equipamento de pouso por instrumentos.
A expectativa era de que Guedes decolasse de São Paulo e pousasse em Ponta Grossa ainda na manhã desta sexta-feira. No entanto, a inexistência do chamado sistema de pouso por instrumentos — que permite a aterrissagem segura mesmo em condições meteorológicas adversas ou de baixa visibilidade — impossibilitou o pouso da aeronave. Sem alternativa, o ex-ministro optou por realizar sua apresentação de forma remota.
Com a palestra inicialmente marcada para as 10h30 no Parque de Exposições Dario Macedo, em Castro, o evento sofreu atraso de cerca de 45 minutos, começando por volta das 11h15. A ausência de uma estrutura mínima no aeroporto regional escancara um gargalo logístico que afeta não apenas a mobilidade de autoridades e empresários, mas também compromete o desenvolvimento de eventos de grande porte na região. Em um momento em que o Paraná desponta como um dos motores do agronegócio nacional, a falta de um sistema essencial de navegação aérea em um dos principais polos do interior do estado soa como um paradoxo.
Além do prejuízo simbólico, a ausência física de um dos principais nomes da economia brasileira, o episódio reacende a discussão sobre a necessidade urgente de investimentos em infraestrutura no Aeroporto Sant’Ana. A falta do sistema de pouso por instrumentos coloca a cidade em desvantagem frente a outros municípios com estruturas mais modernas, afastando voos regulares e dificultando operações de logística aérea.
Organizadores e empresários presentes no evento lamentaram o ocorrido e apontaram que esse tipo de falha compromete o potencial de crescimento da região. É lamentável que um evento dessa magnitude dependa da sorte de ter céu limpo. Sem estrutura adequada, Ponta Grossa perde competitividade, afirmou um empresário do setor de agronegócio presente na Agroleite.
Com a presença de milhares de visitantes, a Agroleite novamente demonstrou a força do agronegócio paranaense — apesar das limitações impostas por uma infraestrutura aérea deficiente que, mais uma vez, fez o Estado perder a oportunidade de se conectar com o debate nacional no mais alto nível.
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