Na manhã desta quarta-feira (29), a cena dos corpos enfileirados na Praça São Lucas, no complexo da Penha, correram o Brasil e o mundo.
Ao lado das dezenas de homens mortos durante a Operação Contenção, realizada ontem (28) pelas polícias Civil e Militar do Rio de Janeiro, estavam familiares, em sua maioria mulheres.
Mães, irmãs e esposas que choravam ao redor dos corpos e questionavam a ação do Estado. 

Uma delas era Elieci Santana, 58 anos, dona de casa. Ela conta que o filho Fábio Francisco Santana, de 36 anos, mandou mensagem dizendo que estava se entregando e compartilhando sua localização.
“Meu filho se entregou, saiu algemado. E arrancaram o braço dele no lugar da algema”, diz.
O relato de que muitos foram mortos mesmo depois de terem sido rendidos era comum entre as famílias que acompanhavam a movimentação na praça.
Execução
Os corpos foram trazidos pelos próprios moradores, na caçamba dos carros, durante a madrugada.
O advogado Albino Pereira, que representa algumas das famílias, acompanhou a ação durante a manhã. Na avaliação dele, há sinais claros de tortura, execução e outras violações de direitos.
“Você não precisa ser nem perito para ver que tem marca de queimadura [na pele]. Os disparos foram feitos com a arma encostada. Chegou um corpo aqui sem cabeça. A cabeça chegou dentro de um saco, foi decapitado. Então isso aqui foi um extermínio”, aponta.
Os corpos começaram a ser recolhidos pela Defesa Civil na parte baixa da comunidade por volta de 8h30, e encaminhados para o IML.





