Estudantes de nove escolas municipais de Ponta Grossa assistiram ao filme que conta a história de Wilson Ferreira dos Santos, quilombola da Colônia Sutil
Emoção, reconhecimento, identificação e orgulho. Esses são alguns dos sentimentos e sensações que a animação Glorinha do Meu Quilombo tem causado nas pessoas.
Ludimila Cruz (17), estudante de Magistério, foi ao lançamento do filme no Cine PG e compartilhou suas impressões durante o debate que aconteceu após a transmissão.
“Minha mãe morou no quilombo sutil até os 14 anos da vida dela. E ver este projeto é muito glorificante, porque eu sou estudante de Magistério e eu vejo que este material é o que falta atualmente na cena pedagógica. Levar este material para as crianças mostra que quilombos existem, que quilombos são resistência e, para aquelas crianças que residem nesses territórios, que não sintam vergonha de quem elas são, das histórias que elas têm”, disse.
Após o lançamento, a animação Glorinha do Meu Quilombo chegou às instituições de ensino.
De classificação livre, a animação era um sonho antigo da multiartista Ligiane Ferreira, idealizadora do projeto que homenageia seu pai e exalta a cultura e as tradições do povo negro e quilombola da região.
Ao utilizar as artes e a cultura como instrumentos, Ligiane tem promovido à educação antirracista nas escolas locais, da região dos Campos Gerais e também do Estado do Paraná, nos moldes que preconiza a Lei 10.639/03. Esta norma torna obrigatório o ensino da história e cultura afro-brasileira e africana nas redes públicas e particulares da educação no Brasil.
Por meio de um roteiro simples e com linguagem coloquial, a narrativa ganhou um formato poético, capaz de cativar crianças e adultos enquanto assistem e conhecem um pouco mais sobre a Colônia Sutil e seus moradores. Ligiane destaca que “a comunidade tem muito orgulho de integrar um quilombo com 171 anos de história” e que o filme acolhe e traduz o sentimento de pertencimento ao território quilombola.
Além da exibição do desenho, a equipe do projeto também realizou um bate-papo com os estudantes sobre suas percepções sobre a animação.
“Encerramos o projeto Glorinha do Meu Quilombo, uma animação que conta a história do Quilombo Sutil, em Ponta Grossa, e acompanha a jornada de Seu Wilson Ferreira, em um retorno simbólico às suas origens. Mais do que recontar uma trajetória, o filme celebra as raízes quilombolas e o pertencimento”, relata a também educadora. Nos últimos dias, Glorinha do Meu Quilombo passou pelas escolas municipais Deodoro Alves Quintiliano; Cristiane Levandoski; Adelaide Thome Chamma; Zahira Catta Preta Mello; Leopoldo Pinto Rosas; Coronel Cláudio; Djalma de Almeida César; Orival Carneiro Martins e Edgar Sponholz.
“Tivemos a honra de compartilhar essa obra com estudantes dos anos finais do Ensino Fundamental I da rede pública de Ponta Grossa. Foram momentos de trocas e aprendizados que reforçam a importância de valorizar as histórias e as nossas origens. Nosso agradecimento especial às escolas que nos acolheram”, complementa.
Esta edição de Glorinha do Meu Quilombo é uma realização do Coletivo Fiandeiras com incentivo do Edital de Chamamento nº 01/2024 – Apoio a Projetos de Fomento em Arte e Cultura – PNAB.
Informações da assessoria