O governo Lula bloqueou R$ 116 milhões do orçamento da Capes, autarquia do Ministério da Educação responsável pelas bolsas de mestrado, doutorado e pós-doutorado. A informação foi confirmada pela presidente da Capes, Mercedes Bustamante durante uma reunião com a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência.
Dos R$ 116 milhões, R$ 50 milhões estavam previstos para a Diretoria de Programas e Bolsa, R$ 36 milhões para programas de formação de professores da educação básica e R$ 30 milhões para a diretoria de Relações Internacionais. Para piorar o cenário, o orçamento da entidade deve ser menor ainda em 2024, com um corte de R$ 128 milhões, comparado a 2023. O orçamento total previsto para a entidade em 2023 era de R$ 5,5 bilhões.
O Fórum Nacional de Pró-Reitores de Pesquisa e Pós-Graduação (FOPROP) publicou uma carta aberta ao Ministério da Educação nesta última quarta-feira (11). Para a instituição, os cortes “impactam diretamente a qualidade da formação de mestres e doutores, prejudicando assim a produção de conhecimento científico e a capacidade das instituições de ensino superior brasileiras competirem internacionalmente no campo da pesquisa e inovação”.
O maior orçamento destinado à Capes foi em 2015, no valor de R$ 7,4 bilhões. À época, o governo federal era comandado pela presidente Dilma Rousseff (PT), que destinou grande parte do recurso ao programa Ciências sem Fronteiras. Em março, segundo análise publicada no site da Universidade das Nações Unidas, os resultados do programa foram um fracasso.