Governo vê tentativa de “guerra civil” em ato de Bolsonaro e prepara reação imediata
Brasil Política

Governo vê tentativa de “guerra civil” em ato de Bolsonaro e prepara reação imediata

26/02/2024 | 13:00 Por Gabriel Vinicius Cabral

O Governo Lula avalia que o ato realizado no último domingo (25), na Avenida Paulista, consolida três estratégias simultâneas da oposição em defesa de Jair Bolsonaro (PL) e contra o atual presidente Lula (PT).

Um movimento é reforçar o discurso de “perseguição política” por parte do STF e do governo contra Bolsonaro pela acusação de tentativa de golpe de Estado. Outro movimento é construir uma ideia jurídica de que o ministro Alexandre de Moraes deveria ser impedido de julgar casos envolvendo o ex-presidente, já que ele próprio foi citado como um dos supostos alvos.

E o terceiro movimento é o que mais preocupa o atual governo, sendo ele o que se trata de inflamar uma “guerra santa” entre religiosos em geral base de apoio do ex-presidente contra Lula e o governo do PT.

A estratégia, já usada no passado com foco em temas como o aborto e boatos sobre fechamento de igrejas, estaria centralizada na referência de Lula ao Holocausto nazista e no conflito diplomático aberto contra Israel.

O governo teme os efeitos dos chamados “recortes” para as redes sociais como armas poderosas nessa “guerra santa”.  A começar por Bolsonaro e sua mulher, Michelle, que surgiram em cima do trio elétrico com a bandeira de Israel. Na multidão, dezenas de manifestantes estavam enrolados na Estrela de Davi.

Os discursos de aliados, ditos enquanto os mesmos estavam no palanque, também produziram conteúdo suficiente para massificar a ideia de que cristãos de verdade apoiam Israel, em contraponto ao governo Lula, que chama os ataques israelenses de genocídio, comparando-os ao Holocausto.

Algumas reações de membros do governo já estão no radar. Nas próximas semanas, possivelmente ainda em março, o Planalto deverá anunciar um recuo na medida anunciada pela Receita Federal que anulou ato no governo Bolsonaro responsável por ampliar a isenção de tributos pagos por igrejas sobre “prebendas” a líderes religiosos como pastores evangélicos e padres católicos.

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