Um homem passou 17 dias preso em Ponta Grossa, após ser acusado pela ex-companheira de ter incendiado a própria casa. Segundo o advogado de defesa, Piero Mocelim, a mulher alegou à polícia que o acusado a ameaçou de morte caso ela revelasse que ele teria provocado o incêndio. O homem foi então autuado por tentativa de constrangimento ilegal e lesão corporal, pois a mulher também afirmou que ele a enforcou e mordeu seu rosto, além de ter causado o incêndio.
No entanto, a defesa do homem contestou a versão apresentada pela ex-companheira durante as investigações. “Em especial por afirmar que dormia na casa quando o fogo começou e que estava sóbria. Porém, testemunhas relataram que a viram discutindo com o acusado, e ela foi flagrada em um bar pouco antes do incêndio. Além disso, havia quebrado os retrovisores do carro dele durante uma briga”, afirmou o advogado Piero Mocelim.
De acordo com o advogado, o homem percebeu que a mulher estava descontrolada e saiu da casa, levando seus filhos, e a sobrinha dela para a casa da cunhada. “Esse deslocamento levou cerca de uma hora. Quando ele retornou, várias testemunhas já tinham visto a casa em chamas, e ficou claro que ele não estava envolvido no incidente, nem a havia agredido. Mas isso só foi esclarecido dias após a prisão em flagrante”, explicou Mocelim.
A investigação agora segue para apurar as ações da ex-companheira do homem, suspeita de ter cometido os crimes de incêndio (artigo 250) e denunciação caluniosa (artigo 339) do Código Penal. “Com essas informações em mãos, fui até a 13ª Subdivisão Policial (13ª SDP), me manifestei no inquérito, e após diligências junto ao Ministério Público e ao Judiciário, conseguimos a liberdade do meu cliente após 17 dias”, concluiu o advogado, aliviado pela inocência de seu cliente.