A empresa BrasPine, uma das maiores empregadoras de Jaguariaíva, confirmou nesta quarta-feira (3) a demissão de cerca de 400 colaboradores em duas unidades. Segundo a companhia, a medida foi motivada pelas tarifas comerciais impostas pelos Estados Unidos sobre produtos de madeira plantada e pela falta de avanços nas negociações setoriais, o que resultou em forte retração da demanda. A reportagem apurou que 200 desligamentos foram na unidade de Jaguariaíva.
Além das demissões, a BrasPine informou que cerca de 1.100 trabalhadores entrarão em regime de layoff (suspensão temporária dos contratos), período em que os colaboradores permanecerão com vínculo empregatício, terão todos os benefícios mantidos e participarão de programas de capacitação profissional. A empresa também destacou que continuará operando com dois turnos na unidade de Jaguariaíva e reforçou seu compromisso em oferecer suporte à recolocação profissional, além de manter diálogo com órgãos governamentais e entidades setoriais.
Prefeitura anuncia ações imediatas
Em nota oficial, a Prefeitura de Jaguariaíva manifestou solidariedade aos trabalhadores e à empresa, destacando um conjunto de medidas para reduzir o impacto social da crise. Entre elas, está a disponibilização, até dezembro, da estrutura do Departamento de Ensino Profissionalizante para cursos obrigatórios aos trabalhadores em layoff, conforme prevê a CLT.
No próximo dia 13 de setembro, será promovido um Feirão de Empregos pela Agência do Trabalhador, com oferta inicial de 200 vagas em uma nova empresa recém-instalada no município.
A administração municipal também anunciou o cancelamento da Expo Jaguar 2025, festa que celebraria os 202 anos da cidade, em razão da necessidade de contenção de despesas.
Outras medidas em andamento incluem a adesão ao Programa Cidade Empreendedora, projetos para a construção de barracões industriais e otimização de processos em obras públicas, visando atrair novos investimentos e ampliar a geração de empregos.
Apoio regional e federal
A Prefeitura ainda informou que está atuando junto à AMCG (Associação dos Municípios dos Campos Gerais), AMP (Associação dos Municípios do Paraná) e ao Governo Federal, apresentando reivindicações para amenizar os efeitos da política tarifária norte-americana sobre o setor madeireiro.