A Justiça da Argentina determinou o confisco de 20 propriedades registradas em nome da ex-presidente Cristina Kirchner e de familiares, em mais um capítulo dos processos que investigam irregularidades durante sua gestão. A medida ocorre enquanto a ex-mandatária cumpre prisão domiciliar, decretada em junho deste ano após sua condenação em um dos maiores escândalos de corrupção já revelados no país.

Segundo o Ministério Público argentino, os bens apreendidos fazem parte do patrimônio supostamente construído por meio de fraudes em contratos de obras públicas. Os procuradores afirmam que Kirchner teria liderado um esquema que favorecia empresários próximos ao governo, garantindo ganhos ilícitos durante mais de uma década.

Além do caso que já gerou sua condenação, Cristina enfrenta um novo julgamento, iniciado no começo deste mês, por suspeitas de suborno envolvendo ex-integrantes de seu governo. Ao todo, 86 pessoas serão julgadas no processo, incluindo ex-funcionários, empresários e até motoristas que teriam participado da logística dos repasses.

Kirchner, que governou o país entre 2007 e 2015 e se manteve como uma das figuras mais influentes da política argentina, nega todas as acusações e afirma ser vítima de perseguição judicial.

As autoridades ainda não detalharam o destino das propriedades apreendidas, mas o confisco representa um marco importante na ofensiva judicial contra a ex-presidente e seus aliados.