O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) convocou uma reunião com os reitores das universidades federais no Palácio do Planalto, hoje (10). Apesar das expectativas, é improvável que este encontro tenha qualquer efeito nas greves dos professores e técnicos das instituições federais em todo o país. O governo planeja anunciar um aumento no financiamento para as universidades aos representantes dos reitores, porém, os sindicatos dos professores e funcionários em greve alegam falta de diálogo e exigem uma proposta mais satisfatória em termos de reajuste salarial e desenvolvimento de carreira.

A reunião contará com a presença da Andifes (Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior) e do Conif (Conselho Nacional das Instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica). No entanto, esses órgãos têm pouca influência sobre o início ou término das greves, uma vez que representam os dirigentes das instituições de ensino. Entidades vinculadas aos docentes optaram por não participar do evento, sugerindo nos bastidores que tal movimento prejudica os esforços do governo para chegar a um acordo e encerrar as greves. A categoria critica a falta de diálogo e engajamento direto do Presidente Lula com esses grupos.

De acordo com a Andes- Sindicato nacional, atualmente 62 instituições de ensino superior federais estão paralisadas, e outras 3 devem aderir à greve nesta segunda-feira. Os grevistas demandam reajustes salariais e uma reestruturação de carreira que vá além das propostas apresentadas pelo governo. O Ministério da Gestão e Inovação, no entanto, afirma que as negociações com os professores foram encerradas com a proposta apresentada em 15 de maio, que inclui não apenas reajustes salariais, mas também mudanças nas carreiras. O impacto financeiro estimado dessas medidas é de R$ 6,2 bilhões até 2026.