O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, adota diversas falas terroristas e populistas na campanha eleitoral para tentar derrotar o ex-chanceler Edmundo González e chegar a 17 anos no poder.
A série de absurdo incluem dancinhas para multidões em comícios, reforço ao apelido de “gallo pinto” para demostrar força contra o rival nas urnas e ameaças de ‘banho de sangue’, ‘guerra civil’ e “surra” caso não seja reeleito no próximo domingo (28).
Em eventos de campanha abarrotados de apoiadores, recheados de música caribenha, o presidente se aproxima do público e abusa das dancinhas solo ou com correligionários.
Maduro também investe na imagem de uma mascote, levada às passeatas, chamada “gallo pinto”. A ideia desse boneco de galo é mostrar um animal de raça pura e muito forte, capaz de exterminar o rival das urnas, que tem 74 anos e outro porte físico — mais franzino.
Para completar, o presidente venezuelano brada nos microfones dos comícios ameaças veladas aos eleitores, ao citar eventual “banho de sangue” e “guerra civil” se a direita, representada por González, vencer o pleito para governar a Venezuela. Maduro também já prometeu uma “surra” nas urnas no domingo e ainda disparou contra o Brasil.
“Temos o melhor sistema eleitoral do mundo, há 16 auditorias. É feita uma auditoria em 54% das mesas. Onde mais no mundo se faz isso? Nos Estados Unidos? O sistema eleitoral é inauditável. No Brasil? Eles não auditam nenhum registro. Na Colômbia? Não auditam um único ato. Na Venezuela, auditamos 54%”, disparou o presidente.
Sem citar nomes, Tribunal Superior Eleitoral (TSE) reagiu rapidamente, negou a afirmação de Maduro e garantiu que a urna eletrônica é totalmente auditável. “As entidades fiscalizadoras do processo eletrônico de votação têm acesso aos sistemas eleitorais desenvolvidos pelo Tribunal Superior Eleitoral 12 meses antes do primeiro turno das eleições”, disse o tribunal.
Só um sistema eleitoral comprovadamente transparente e aditável pode garantir a segurança do seu voto do momento em que ele é digitado na urna até chegar à totalização.
Maduro e o poder na Venezuela
Nicolás Maduro era vice-presidente da chapa encabeçada por Hugo Chávez e chegou ao poder em 2013, quando o candidato eleito morreu. O herdeiro político de Chávez governou interinamente até novas eleições, que decretaram, por margem estreita, a vitória dele.
Em 2018, foi reeleito em um pleito que foi alvo de contestações no mundo — os EUA, por exemplo, não reconheceram o resultado. Se vencer as próximas eleições, Maduro ficará mais seis anos no poder e completará 17 anos na Presidência da Venezuela, já que assumiu em 2013.
A eleição na Venezuela conta com dez candidatos na disputa. A mais recente pesquisa eleitoral indica Edmundo González com 59% das intenções de voto, e Nicolás Maduro com 24,6%. O atual presidente contestou os números e afirmou que outros institutos apontam sua vitória.