Mais 77 mil mulheres aguardam mamografia pelo SUS
Brasil Saúde

Mais 77 mil mulheres aguardam mamografia pelo SUS

31/10/2024 | 16:20 Por Redação MZ

Mais de 77 mil mulheres aguardam por uma mamografia no Sistema Único de Saúde (SUS), segundo dados de junho deste ano divulgados pelo Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem (CBR). Santa Catarina lidera o ranking com aproximadamente 17 mil pacientes na fila, seguida por São Paulo, com 15 mil, e Rio de Janeiro, com 12,5 mil. Juntos, esses três estados somam mais da metade do total de mulheres que esperam pelo exame de detecção precoce do câncer de mama.

Em algumas regiões do país, o tempo de espera na rede pública pode ultrapassar 80 dias, de acordo com o CBR. Esse atraso compromete o diagnóstico precoce e dificulta o sucesso no tratamento, além de aumentar a necessidade de procedimentos mais complexos. “Os números revelam parte da sobrecarga no SUS e devem ser levados em conta, especialmente pelos recém-eleitos nas eleições municipais, na formulação e manutenção de políticas de saúde pública”, afirmou a entidade.

O CBR alerta que a fila por mamografias pode ser ainda maior do que os dados oficiais indicam. Isso porque o SISREG, sistema nacional que regula as filas para cirurgias e exames, depende da atualização voluntária das secretarias estaduais e municipais. “Um exemplo dessa discrepância pode ser observado no Distrito Federal, onde o sistema nacional informa uma fila de espera de 306 pacientes aguardando pelo exame. No entanto, dados divulgados pela imprensa local, baseados no Mapa Social do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPTDF), apontam que o número real de mulheres à espera de uma mamografia é dez vezes maior, alcançando 3,6 mil”, explica a nota.

Para o CBR e o Instituto Nacional de Câncer (INCA), o tempo prolongado entre o pedido médico e a liberação do laudo pode desestimular as mulheres a fazerem o exame. Em 2023, apenas 48,8% dos laudos foram emitidos em até 30 dias após a solicitação, enquanto cerca de 36% dos resultados demoraram mais de 60 dias, indicando uma necessidade urgente de políticas públicas que garantam acesso mais ágil e equitativo ao diagnóstico.

Com informações: Agência Brasil | Foto: José Cruz/Agência Brasil

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