Menino de 9 anos sai para jogar bola e, ao voltar, família havia se mudado
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Menino de 9 anos sai para jogar bola e, ao voltar, família havia se mudado

06/08/2023 | 15:04 Por Nara Souza

O drama do garoto é um dos 168 casos de abandono registrados pelo Ministério Público do Rio (MP-RJ)

Na noite de sexta-feira, 29 de setembro de 2022, Lucas (nome fictício), de 9 anos, corre descalço pelas ruas de um bairro da Zona Oeste do Rio, em busca de abrigo, até chegar a uma padaria, onde entra afobado. Assustada, a atendente olha para ele e pergunta o que ele está fazendo no local e a criança responde: “A minha mãe foi embora com os meus irmãos, me abandonou”.

Segundo O Globo, dez dias antes de chegar à padaria, o garoto estava jogando bola com colegas do bairro em um campinho comunitário. Ao voltar para a casa, de apenas um cômodo, estranhou a porta aberta. Os móveis haviam desaparecido. Lucas gritou pela mãe e pelos irmãos, em vão. Correu então até os vizinhos em busca de informações sobre a família. “Ué, eles se mudaram. O que você está fazendo aqui?”, perguntou um deles — que também prestou depoimento dentro da investigação sobre o abandono da criança.

Sem a família, o menino ficou abrigado na casa da atendente que foi à delegacia registrar uma ocorrência — uma das bases deste relato, no qual os nomes e endereços foram omitidos para preservar a identidade do garoto. Após colher o relato da atendente, a polícia foi até a casa do menino e confirmou o sumiço da família. Por causa da chuva, o imóvel estava alagado. Um dos agentes foi em busca de testemunhas e descobriu detalhes da mudança: a mãe havia colocado os poucos pertences em uma carroça puxada por um cavalo, pegou os dois filhos mais novos, com idades inferiores à de Lucas, e foi embora.

A mãe é dependente química, conhecida na vizinhança pela quantidade de filhos — 11 ou 12, a depender de quem conta. O número, porém, diverge do disponível no sistema de nascimentos e óbitos do Tribunal de Justiça do Rio (TJRJ): lá, sete crianças estão registradas tendo ela como mãe.

A mulher tem pouco mais de 40 anos, mas, devido ao uso constante de drogas, os vizinhos a descrevem com a aparência de uma pessoa idosa. Ela morou em diferentes endereços no bairro — o último conhecido é um quartinho onde dormia com os filhos. Do pai, ninguém sabe, nem mesmo o menino. De acordo com relato dos vizinhos, ela era vítima de violência doméstica e tentava, constantemente, afastar-se do atual namorado.

do O Globo

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