Mulher engana exército por mais de 30 anos e recebe R$ 3,7 milhões de pensão
Brasil Policial

Mulher engana exército por mais de 30 anos e recebe R$ 3,7 milhões de pensão

11/10/2024 | 19:20 Por Redação MZ

 

Uma audaciosa fraude foi revelada em Mato Grosso do Sul, onde Ana Lúcia Umbelina Galache de Souza, de 55 anos, falsificou documentos para se passar por filha de um ex-combatente da Força Expedicionária Brasileira (FEB) e, assim, obter uma pensão após a morte do militar. O caso veio à tona graças à denúncia da avó paterna de Ana Lúcia, que também estaria envolvida na trama. Entre 1988 e 2022, Ana Lúcia recebeu R$ 3,7 milhões do Exército e, em fevereiro de 2023, foi condenada pela Justiça Militar, tendo que devolver o valor e cumprir três meses de prisão.

De acordo com a ação penal militar, Ana Lúcia alterou documentos para se apresentar como Ana Lúcia Zarate, filha de Vicente Zarate, seu tio-avô e ex-combatente falecido em 1988. Ela foi registrada em Campo Grande como filha de Vicente e de Natila Ruiz, afirmando ter nascido em 6 de junho de 1970. Esse novo registro permitiu que ela obtivesse uma Carteira de Identidade com o sobrenome Zarate e, em janeiro de 1989, requeresse sua habilitação como pensionista do Exército. O pedido foi aceito no mesmo mês, mesmo Ana Lúcia sendo menor de idade, garantindo a ela pensão integral como filha de um Segundo Sargento.

A fraude foi descoberta quando Conceição Galache, insatisfeita com os repasses da neta, procurou a Polícia Civil e a Administração Militar em 2021, denunciando que Ana Lúcia não era filha de Vicente Zarate. A partir da sindicância aberta, o pagamento da pensão foi suspenso após as irregularidades serem confirmadas. Durante o interrogatório, Ana Lúcia admitiu que era sobrinha-neta de Vicente e que dividia a pensão com sua avó, justificando seu uso do sobrenome Zarate apenas para fins de recebimento da pensão. Infelizmente, Conceição faleceu em maio de 2022, antes de ser ouvida nas investigações.

A Justiça Militar concluiu que Ana Lúcia cometeu estelionato ao se passar por dependente do ex-combatente, ciente de que estava enganando o serviço militar para obter vantagens. O valor total da fraude alcançou R$ 3,7 milhões, quantia que deverá ser ressarcida. A Defensoria Pública da União (DPU), que defende Ana Lúcia, recorreu da condenação, argumentando que não houve dolo e que as provas eram insuficientes para justificar a decisão. A DPU aguarda julgamento no Superior Tribunal Militar (STM). O Exército Brasileiro não se manifestou sobre o caso, reafirmando seu respeito às decisões judiciais, e especialistas pedem maior fiscalização sobre pensões para evitar fraudes, especialmente em um contexto tecnológico crescente.

Com informações: G1|  Foto: Reprodução/Redes sociais

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