Muitas pessoas que acreditaram e apostaram no Jogo do Tigrinho relataram que, na verdade, perderam tudo. No entanto, uma mulher, identificada como Lúcia, fez o contrário: ela ganhou R$ 94,9 mil, mas não conseguiu resgatar o valor até hoje.
Ela contou que depositou R$ 400 na plataforma em 2023 para tentar a sorte. Em novembro, ela ganhou o prêmio de R$ 95 mil, e pensou que mudaria de vida, já que vive do Bolsa Família e de “bicos”. Ela planejava comprar uma pequena casa para viver com os dois filhos.
No entanto, ao solicitar o resgate do dinheiro, a plataforma Rico33.com bloqueou a conta e não permitiu a ação. A mulher, que mora em Maceió, começou a jogar por indicação de Paulinha Ferreira, uma das investigadas pela polícia do Alagoas na operação Game Over, que apura fraudes na divulgação e operação do “Jogo do Tigrinho”.
Lúcia acabou entrando na Justiça contra Ana Paula Ferreira da Silva por danos morais e tenta resgatar o prêmio que ganhou no jogo indicado pela influenciadora.
‘Está pagando muito’, dizia a influenciadora
Lúcia contou que começou a jogar porque a influenciadora dizia que estava “pagando muito”. Porém, ela ficou indignada quando ganhou e não conseguiu sacar o valor.
“Se eles próprios usam esse linguajar, por que eu não posso ganhar e sacar o prêmio? Eles próprios anunciam isso! A decepção foi enorme. Esse dinheiro ia mudar muito a minha vida. Eu tenho filhos, sou mãe solo e sustento eles sozinha. Pelo menos uma casinha comprava para eles”, disse.
Lucia tentou contato com Paulinha falando sobre o erro, e a influenciadora afirmou que o problema seria um “bug na plataforma”. “Eu fiquei pensando: ‘Quando coloco o meu dinheiro lá, eles aceitam. Agora se eu ganhar, independente do valor, é porque a plataforma bugou?’ Eu não entendi”, afirmou.
Conta derrubada
Paulinha teve a conta no Instagram retirada do ar pela Justiça, desde o início da operação Game Over. Um mandado foi expedido contra ela, mas ela estava em Dubai.
A defesa de Paulinha afirma que ela apenas fazia publicidade do jogo, seguindo as normas do Conar. Por isso, segundo o advogado Rodrigo Monteiro, quem deveria responder pelos golpes eram os proprietários.