Pai acusado de matar bebê em Ponta Grossa é investigado por histórico de agressões a crianças e ex-companheiras
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Pai acusado de matar bebê em Ponta Grossa é investigado por histórico de agressões a crianças e ex-companheiras

08/08/2025 | 07:25 Por redacao mz

A Polícia Civil do Paraná (PCPR) está prosseguindo nas investigações relacionadas ao homicídio de Emanuel Benicio Rodrigues Stefanczuk, uma criança de apenas dois meses de idade, assassinada pelo próprio pai, Lucas Rodrigues Soares, que foi preso em flagrante no dia 19 de julho de 2025. Além disso, foram identificadas outras agressões a crianças pelo investigado.

Após a identificação de registros envolvendo agressões a outra criança de três anos no ano de 2016, quando o investigado teria dado um tapa no rosto do enteado deixando uma lesão em seu rosto, bem como de outra ocorrência no ano de 2021, em que Lucas teria agredido outra criança de dois meses, causando-lhe fratura no fêmur (que chegou a quebrar). Segundo a polícia, foram realizadas diligências em que se descobriu que o investigado possui em seu histórico outras situações que apontam para a prática de agressões com objetivo de causar dor e sofrimento em crianças de pouca idade.

Foram identificadas situações de agressões a outras duas ex-companheiras do investigado, inclusive com tentativa de feminicídio, além de agressões a filhos e enteados de Lucas, todos infantis.

Em uma das ocasiões, uma das ex-companheiras de Lucas relatou que no ano de 2017 teria notado marcas de mordida no corpo do filho do casal, quando este tinha cerca de dois meses de idade, dizendo ainda que, dada a intensidade das mordidas, teria percebido a marca da arcada dentária no corpo do infante. Na ocasião, o investigado teria afirmado tratar-se de “brincadeira”.

Foi relatado ainda pela testemunha que em determinada ocasião Lucas teria jogado o gato de estimação da família em seu enteado, enquanto este tomava banho, quando a vítima tinha apenas dois anos de idade.

As investigações identificaram ainda que em setembro de 2016 o homem tentou matar por estrangulamento uma de suas ex-companheiras, que por medo, não denunciou na época. Na ocasião, Lucas teria dito que não a matou apenas pois teria lhe faltado força para continuar a pressionar seu pescoço.

Outra ex-companheira do investigado informou que em determinada ocasião sua madrasta teria visto o suspeito dando uma superdose de medicamento para seu filho, que tinha poucos dias de vida e que nasceu com uma lesão na clavícula. A testemunha relatou que ao ser questionado, Lucas teria dito que a alta dosagem “era melhor para ele não sentir dor”.

Foi dito ainda que após quebrar o fêmur de seu filho, Lucas teria tentado impedi-la de procurar ajuda, tendo desaparecido em seguida.

Vale apontar que todas as ex-companheiras de Lucas relataram que quando estavam presentes, o investigado era prestativo e demonstrava ter cuidado com as crianças, e que as lesões apareciam sempre quando Lucas ficava sozinho com os filhos ou enteados enquanto as mães saíam para trabalhar.

De acordo com o delegado dr. Luís Gustavo Timossi, as investigações apontam de forma consistente um padrão de atuação do suspeito, que se aproveitava das oportunidades em que as mães das crianças saíam para trabalhar para praticar as agressões contra os filhos ou enteados.

Timossi informou ainda que foi solicitada a realização de exame, junto à Polícia Científica, para verificar se o investigado possui transtorno de personalidade, pois o comportamento sádico, caracterizado pela crueldade verificada, indica traços de psicopatia.

As investigações não descartam a existência de outras vítimas e prosseguem para a responsabilização do investigado por todos os crimes identificados.

O investigado segue preso preventivamente.