O Paraná é o estado com o maior número de casos de coqueluche registrados em 2024, somando 1.224 notificações, segundo dados do Ministério da Saúde. Com isso, o estado alcançou um índice de 10,60 casos por 100 mil habitantes, o mais alto do Brasil. Este foi o ano com mais casos notificados da doença desde 2014, quando o país teve 8.622 registros.
Especialistas atribuem o aumento dos casos à baixa cobertura vacinal, especialmente entre adolescentes e gestantes, e ao aprimoramento nos métodos de diagnóstico, como exames laboratoriais de biologia molecular. De acordo com a infectologista Mirian Dal Ben, do Hospital Sírio-Libanês, a ausência de reforços vacinais para adolescentes é um ponto crítico. “No Brasil, esses reforços não são aplicados como nos Estados Unidos e na Europa, o que deixa essa faixa etária mais vulnerável”, explicou.
Além dos casos, o Paraná também registrou 4 das 13 mortes contabilizadas neste ano em todo o país. A cobertura vacinal no estado está abaixo do ideal: 90% para a vacina pentavalente em crianças e 86% para a DTP, enquanto 53,3% das gestantes deixaram de se vacinar. Esse cenário preocupa especialistas, já que a imunização de gestantes protege os recém-nascidos, grupo mais vulnerável à doença.
A coqueluche, causada pela bactéria *Bordetella pertussis*, é uma infecção respiratória que provoca tosse seca intensa e pode levar a complicações graves, especialmente em crianças pequenas. O Sistema Único de Saúde (SUS) oferece a vacina de forma gratuita, com doses aplicadas em bebês aos 2, 4 e 6 meses e reforços subsequentes. Autoridades de saúde reforçam a importância de ampliar a cobertura vacinal para conter o avanço da doença.
Com informações: Agência Brasil |Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil