Quatro deputados e um senador republicanos dos Estados Unidos solicitaram formalmente o cancelamento do visto de entrada no país do ministro Alexandre de Moraes e dos demais ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Os parlamentares, ligados ao partido do ex-presidente Donald Trump, alegam que os magistrados têm usado seus cargos para cercear a liberdade de expressão. A principal questão citada é a determinação de bloqueio da plataforma X, anteriormente conhecida como Twitter, em agosto deste ano.
Os republicanos argumentam que a decisão de bloqueio do X, que fez parte das ações de Moraes, demonstra uma tentativa de silenciar a liberdade de expressão. “Respeitosamente pedimos que você negue qualquer pedido de visto americano ou admissão nos Estados Unidos, incluindo a revogação de qualquer visto existente, para o ministro da Suprema Corte brasileira, Alexandre de Moraes, e os demais membros da Suprema Corte do Brasil. O Brasil é cúmplice nestas práticas antidemocráticas”, diz o texto da solicitação.
Este não é o primeiro confronto entre os parlamentares dos EUA e Moraes. Em abril, uma comissão do Congresso dos EUA divulgou decisões sigilosas do ministro sobre a remoção de perfis nas redes sociais, obtidas através de intimação à plataforma X. O empresário Elon Musk, ao defender o impeachment de Moraes, prometeu revelar ordens do ministro que, segundo ele, “violam as leis brasileiras”.
O relatório da comissão, intitulado “O ataque contra a liberdade de expressão no exterior e o silêncio da administração Biden: o caso do Brasil”, foi presidido pelo deputado Jim Jordan. O documento criticou a falta de fundamentação nas ordens de remoção de contas emitidas pelo STF, gerando mais tensão entre os legisladores dos EUA e o sistema judicial brasileiro.
Com informações: O Tempo| Foto: Rosinei Coutinho/STF