Uma pesquisa da Nexus – Pesquisa e Inteligência de Dados aponta que 86% dos brasileiros apoiam a restrição do uso de celulares nas escolas. Do total, 54% são a favor da proibição completa dos aparelhos em sala de aula, enquanto 32% defendem que eles sejam permitidos apenas para atividades pedagógicas com a supervisão dos professores. Apenas 14% dos entrevistados se opõem a qualquer tipo de limitação.
O levantamento entrevistou 2.010 pessoas com mais de 16 anos em todas as 27 unidades federativas do Brasil, entre os dias 22 e 27 de outubro. Jovens entre 16 e 24 anos estão entre os que mais apoiam alguma forma de restrição: 46% concordam com a proibição total, enquanto 43% preferem o uso limitado. A pesquisa também revelou que, entre os entrevistados com mais de 60 anos, 32% apoiam a restrição, e entre os de 25 a 40 anos, esse percentual é de 31%.
Marcelo Tokarski, diretor-executivo da Nexus, observou que a pesquisa reflete uma preocupação crescente sobre o impacto dos celulares no ambiente escolar. “À medida que avança o debate sobre a imposição de algum tipo de restrição, fica clara a tendência das pessoas de aprovarem a medida”, afirmou. A psicopedagoga Camila Sampaio defende o uso parcial e orientado do celular nas escolas, destacando que ele pode ser um recurso pedagógico quando utilizado com supervisão, mas alerta que o uso excessivo traz riscos à cognição e ao desenvolvimento socioemocional dos estudantes.
Na Câmara dos Deputados, tramita um projeto de lei que visa regular o uso dos celulares nas escolas. Em São Paulo, a Assembleia Legislativa aprovou recentemente uma lei que proíbe o uso de dispositivos eletrônicos em escolas públicas e privadas, exceto para atividades relacionadas ao aprendizado. O projeto, que segue para sanção do governador, também prevê a criação de protocolos de guarda dos aparelhos e responsabilização dos estudantes por danos e extravios.
Com informações: Agência Brasil| Foto: Arquivo/EBC