Uma pesquisa da Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM), divulgada em abril de 2023, revelou um dado alarmante: sete em cada dez mulheres com câncer de mama enfrentam a separação conjugal durante o tratamento. Com mais de 73 mil novos casos previstos pelo Instituto Nacional de Câncer (Inca) até 2025, a dificuldade nas relações afetivas e sexuais se mostra como um dos maiores desafios para quem enfrenta a doença.
A ginecologista e especialista em sexualidade, Camila Prestes, destaca que o diagnóstico de câncer de mama gera mudanças profundas na vida das mulheres, afetando tanto a saúde mental quanto a sexualidade. Segundo ela, “muitas pacientes relatam dificuldades, como a falta de libido, dor durante as relações e impactos na autoestima, especialmente após a mastectomia”. Esses fatores acabam levando muitas mulheres a evitarem sua vida sexual, o que torna o apoio do parceiro essencial para enfrentar esse momento com mais segurança.
Um exemplo de superação é o de Ana Maria Mathias de Lima, de 56 anos, que foi diagnosticada com câncer de mama há três anos. Ela relata a importância do apoio do marido durante o tratamento, que a ajudou a manter sua autoestima e viver sua sexualidade de forma mais tranquila. “Sempre me senti amada, o que foi fundamental para atravessar essa fase e continuar aproveitando a vida”, conta Ana Maria.
A médica Camila Prestes reforça que é possível manter uma vida sexual saudável durante o tratamento do câncer. “O ato sexual pode proporcionar momentos de bem-estar e prazer, sendo uma pausa importante durante o tratamento”, conclui. Além disso, ela enfatiza que uma boa relação íntima, com o suporte de um parceiro compreensivo, pode contribuir positivamente para o processo de cura.
Com informações: Banda B| Imagem ilustrativa