A Polícia Federal (PF) finalizou as investigações sobre o uso irregular da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e encaminhou o relatório ao Supremo Tribunal Federal (STF). Entre os nomes indiciados estão o próprio Bolsonaro, seu filho, o vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ), e o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), que esteve à frente da Abin entre 2019 e 2022.
O relatório reúne acusações contra mais de 30 pessoas e tem como base a apuração de um esquema de espionagem que, segundo os investigadores, utilizava um software adquirido pela agência para rastrear a localização de alvos sem autorização judicial. As investigações indicam que o sistema teria sido empregado para atender a interesses pessoais e políticos, fora dos canais oficiais e sem respaldo legal.
O caso, apelidado de “Abin paralela”, veio à tona após denúncias de que a estrutura de inteligência do Estado teria sido desviada para vigiar adversários políticos, jornalistas e até interferir em processos judiciais.
Até o momento, nem Jair Bolsonaro nem Alexandre Ramagem se manifestaram sobre o indiciamento. Em declarações anteriores, ambos negaram qualquer participação em atividades clandestinas ou em ações que extrapolassem os limites legais do órgão.
Com a entrega do relatório final, caberá agora ao Supremo Tribunal Federal decidir os próximos passos do processo, que pode incluir o oferecimento de denúncia pelo Ministério Público Federal.