A vereadora Enfermeira Marisleidy Rama (PMB) está no centro de uma polêmica após votar contra o reajuste do IPTU aprovado em sessão surpresa da Câmara Municipal no último dia 30 de julho. O diretório estadual do Partido da Mulher Brasileira decidiu abrir um processo interno, alegando infidelidade partidária.
De acordo com o presidente estadual da legenda, Danilo D’Ávila, a decisão da parlamentar contrariou a orientação do partido, que integra a base de apoio da prefeita Elizabeth Schmidt (União Brasil). O PMB sustenta que a postura de Marisleidy “contradiz as diretrizes previamente definidas”, podendo configurar violação ao Estatuto Nacional.
“É nossa obrigação zelar pela coerência ética e programática do partido. A postura da vereadora, além de contradizer orientações previamente definidas, pode configurar infração ao Estatuto Nacional do PMB, o que demanda investigação rigorosa”, afirmou Marcelo Borges de Sampaio, nomeado interventor para acompanhar o caso.
Marisleidy disse ter sido pega de surpresa com a decisão. “Eu soube do processo por meio de vocês jornalistas, pois em nenhum momento o partido entrou em contato comigo e não recebi nenhum comunicado. Nesta quarta-feira vou entrar em contato com meu jurídico para verificar ação. E vou me pronunciar durante a sessão da Câmara”, afirmou.
A vereadora reforçou que não se arrepende do voto e que repetiria a mesma posição: “Se tivesse que votar contra o aumento do IPTU, votaria novamente. Sou mulher o suficiente para sustentar minhas decisões”.
Questionada sobre possível influência de membros do governo municipal no processo aberto pelo partido, Marisleidy afirmou desconhecer qualquer articulação: “não tenho essa informação”.
A parlamentar também criticou a postura do PMB e levantou questionamentos sobre democracia interna. “Se meu mandato depender do partido, que democracia é essa?”, disse, em tom de desabafo.
Além do processo interno, Marisleidy denunciou que, após a votação, houve retaliações por parte do Executivo. Em publicação nas redes sociais, afirmou que aliados foram exonerados dos cargos de confiança. “Coincidentemente — ou não — todos os exonerados eram ligados aos vereadores que votaram contra o aumento do IPTU”, escreveu.
com informações via Mareli Martins