Policiais são denunciados por suspeita de receber R$ 800 mil em propina do tráfico
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Policiais são denunciados por suspeita de receber R$ 800 mil em propina do tráfico

23/09/2024 | 18:06 Por Redação MZ Modificado em 23, setembro, 2024 10:04

Departamento de Prevenção e Repressão ao Narcotráfico (Denarc) foram denunciados pelo Ministério Público de São Paulo por suspeita de corrupção para acobertar um esquema de tráfico internacional de drogas.

 

Além deles, outras 18 pessoas foram indiciadas no âmbito da Operação Face Off. Segundo o MP-SP,  os policiais teriam recebido R$ 800 mil em propina para arquivar uma investigação sobre o esquema de tráfico, em novembro de 2020.

Os investigadores encontraram mensagens sobre as negociações, a proposta de vantagem indevida e até o meio de pagamento. Também obtiveram extratos bancários referentes às transferências, operacionalizadas por meio de empresas de confecção, consultoria e locação de veículos. Segundo o MP, os repasses ficaram “amplamente demonstrados”.

 

A denúncia atribui ao grupo os crimes de organização criminosa, corrupção e lavagem de dinheiro. Os policiais civis também foram denunciados por cobrarem juros excessivos em empréstimos que ofereciam informalmente, em um esquema de agiotagem.

 

“Os denunciados se utilizaram de informações privilegiadas e do monopólio estatal da força, para praticarem agiotagem, venderem informações a traficantes e outros crimes descortinados”, diz um trecho da denúncia.

Saiba quem são os principais denunciados:

Valdenir Paulo de Almeida, o “Xixo”;

 

Valmir Pinheiro;

 

Rivaldo Alves do Rosário, apontado como responsável pelas operações de lavagem de dinheiro;

 

Paloma Pina de Almeida, filha de Valdenir, que segundo a denúncia coordenava parte das operações de lavagem de capitais e ajudava na ocultação e movimentação do dinheiro obtido ilegalmente;

 

João Carlos Camisa Nova Júnior e André Roberto da Silva teriam pago propinas aos policiais para interromper a investigação;

 

Erick Silva Dionísio e Daniel Matarese Varea, advogado que, segundo o MP, intermediaram a negociação e o pagamento de vantagens indevidas.

 

Responsável pela investigação, o Grupo Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), braço do Ministério Público de São Paulo, aponta que a evolução patrimonial dos policiais é incompatível com a renda. “Não há recursos declarados que possam dar lastro aos respectivos aportes em bens e valores”, aponta o MP.

 

Os promotores identificaram que os policias usaram pessoas físicas e jurídicas, inclusive empresas de fachada, transações imobiliárias, compra de veículos e pagamentos fracionados para ocultar os ganhos ilícitos.

 

Além da condenação, o Ministério Público pede o pagamento de indenização por dano material e moral coletivo de no mínimo de R$ 7,5 milhões.

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