Professor e argentina são indiciados por racismo após imitarem macaco em roda de samba no Rio
Brasil

Professor e argentina são indiciados por racismo após imitarem macaco em roda de samba no Rio

20/11/2024 | 20:00 Por Redação MZ

 

A Polícia Civil do Rio de Janeiro indiciou por racismo o professor Thiago Martins Maranhão, de 41 anos, e a argentina Carolina de Palma após um vídeo em que ambos imitam macacos durante uma roda de samba no Centro da cidade. O incidente gerou repercussão nas redes sociais e foi considerado uma manifestação de discriminação racial. “A dança imitando macaco remete a todo um racismo que é histórico, uma comparação que é feita entre animais e pessoas negras, no sentido de desumanizá-las”, afirmou a delegada Rita Salim, da Decradi, que conduziu as investigações.

Thiago, que mora em São Paulo e estava no Rio para um fórum de educação musical, e Carolina, se defenderam afirmando que a dança não tinha intenção discriminatória. O professor alegou que os dois imitaram vários animais, como caranguejos, pássaros, elefantes e macacos, como parte de uma performance criativa. No entanto, a delegada salientou que “isso não é permitido nem em tom de brincadeira, porque racismo recreativo é punido pela lei, é considerado crime e não é admitido. Liberdade de expressão encontra limite no direito do outro e, no caso, feriu a dignidade da pessoa humana”.

O inquérito foi encaminhado para o Ministério Público do Rio de Janeiro, que poderá decidir pelos próximos passos. A pena para o crime de racismo varia de 3 a 5 anos de prisão. A defesa de Carolina também alegou que a dança dela não tinha qualquer intenção discriminatória e que outros animais foram imitados, além do macaco, como pássaros e caranguejos.

Thiago e Carolina afirmaram que a performance aconteceu sem nenhuma intervenção durante o evento, e que só pararam de dançar por volta das 2h da manhã após perceberem o furto de um celular. O professor também criticou a divulgação do vídeo, que segundo ele, foi editado para dar uma interpretação equivocada sobre a dança. Ele acusou a jornalista Jackeline Oliveira de agir de maneira leviana ao publicar o conteúdo, que, segundo ele, retratava apenas uma parte da performance.

Com informações: G1

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