Um professor de educação física é investigado por beijar e mandar fotos íntimas a uma aluna de 13 anos. Ele trabalha em uma escola municipal de Embu das Artes, na Grande São Paulo. A descoberta foi feita pela mãe da adolescente, que acessou o perfil da filha no Instagram e, se passando por ela, marcou um encontro com o homem em um local público.
Lá, a mulher acionou a polícia, e ele foi conduzido ao 1º Distrito Policial de Embu das Artes, onde o inquérito foi instaurado.
De acordo com o registro da ocorrência, o homem afirmou, em depoimento inicial, que sofre de “compulsão” e “não consegue recusar” quando sexo lhe é oferecido. Ele disse que beijou a menina dentro da escola e especificou que não se tratou de um “estalinho”, mas de um “beijo de verdade”.
O professor disse ter enviado fotos de sua genitália a pedido da menor que, segundo ele, já tinha tido relação sexual com um homem mais velho. Ainda na delegacia, ele admitiu ter tido um “problema” com uma outra garota de 13 anos, em 2019.
Depois de ser ouvido, o professor foi liberado. Segundo a Polícia Civil, não houve flagrante; apenas o aparelho de celular foi apreendido.
Familiares da menina afirmaram que, após a divulgação do caso nas redes sociais, surgiram outras adolescentes dizendo que também foram assediadas pelo mesmo homem. Ele foi afastado pela gestão municipal.
Conversas
A suspeita sobre uma relação entre a adolescente e o professor surgiu após a menina sair de casa na véspera do feriado de 9 de julho e passar uma noite fora. Questionada, uma colega da menina disse à família que ela poderia estar com o professor.
A partir da informação, a mãe acessou o Instagram da filha e leu as conversas entre os dois. As mensagens não indicavam que eles tinham passado a noite juntos, mas mostravam que, dias antes, o homem havia convidado a adolescente para passeios, falado sobre intimidades e enviado fotos nu.
A mãe da menina marcou o encontro com o professor na tarde do dia 9 de julho. “Quer comer por aí primeiro? Assim que você comer me avisa e eu já te busco”, escreveu ele.
O homem demonstrou estar preocupado com o risco de ser pego. “Sua tia postou que você sumiu [no dia anterior]. Precisa ser rápido mesmo. Parei na casa de tintas na frente. Nunca iria deixar você”, escreveu ele ao chegar ao local combinado.
Quando percebeu que havia sido atraído para uma armadilha, ele confirmou para a mãe da menina que havia combinado de se encontrar com ela.
A adolescente não foi ouvida na ocasião. Por ser menor de idade, ela não pode prestar depoimento em uma delegacia comum.
“É um pedófilo”
Após denunciar o caso à polícia, a família da adolescente passou a cobrar nas redes sociais que o professor seja punido. Rosiele Ramos, tia da menina, divulgou os prints das mensagens e as fotos enviadas para a sobrinha.
“Vocês que são mãe vão entender a dor e a indignação que minha irmã está sentindo. Esse monstro, que não posso nem chamar de professor, é um pedófilo. Eu nunca vi professor fazer o que esse lixo estava fazendo. Dando chocolate para uma criança de 13 anos, dando selinho, fazer outras coisas que vocês já podem imaginar”, escreveu Rosiele.
A mulher disse estar indignada com o fato de, mesmo sendo alvo de uma denúncia de outra menina de 13 anos em 2019, ele continuar dando aula.
Outras vítimas
Ao Metrópoles, Rosiele afirmou que, após a repercussão do caso nas redes, apareceram mais de 10 vítimas relatando histórias parecidas sobre abusos cometidos pelo mesmo homem.
“Não gostaria de ser exposta, mas eu fui uma vítima. Eu e dois amigos, quando eu tinha 14 anos”, teria confessado uma pessoa.
Afastamento
O prefeito de Embu das Artes, Ney Santos (Republicanos), divulgou um vídeo em seu perfil no Instagram em que anunciou o afastamento do professor, que chamou de “vagabundo”, e prometeu Justiça.
“Isso não pode ser chamado de professor, e sim de vagabundo. Desde que tomamos conhecimento, nosso secretário de Educação, Clecius, entrou em contato com a família e nós colocamos todo o nosso jurídico empenhado em punir esse vagabundo. Não só como prefeito, como pai, cidadão embuense, não vamos admitir situações como essa”, afirmou