O estudante Mariano Moura, de apenas 16 anos, foi assassinado ontem (14) a tiros dentro de uma escola estadual localizada na região da Vila Irmã Dulce, em Teresina (PI). O crime, que chocou a comunidade escolar e reacendeu o alerta sobre a presença do crime organizado nas instituições de ensino, está sendo investigado como execução ligada à disputa entre facções criminosas.
Segundo a Polícia Civil, Mariano foi atingido por disparos na cabeça, no pescoço e no peito. Ainda conforme as investigações, o jovem foi atraído para uma área da escola onde não havia cobertura de câmeras de segurança. O atirador, que permanece foragido, invadiu a escola pelos fundos, utilizando um capacete para esconder o rosto — ação que foi registrada por câmeras de segurança.
Logo após o crime, um casal foi preso e dois adolescentes foram apreendidos. As prisões aconteceram no bairro Residencial Torquato Neto e nas imediações da própria escola. Em depoimento, os suspeitos detalharam a participação de cada um no assassinato. Outros dois envolvidos, incluindo o atirador, continuam sendo procurados.
A polícia aponta que Mariano teria publicado uma foto com uma arma de fabricação caseira dias antes do assassinato. De acordo com os investigadores, esse tipo de armamento é reconhecido como símbolo de uma facção criminosa rival à dos autores do crime, o que pode ter motivado a execução. Além disso, pichações com siglas de facções foram encontradas dentro da escola.
Apesar das suspeitas, familiares de Mariano negam qualquer envolvimento do adolescente com o crime. Um tio da vítima, visivelmente abalado, lamentou a perda e descreveu o jovem como um estudante dedicado e promissor no esporte:
“Ele não tinha envolvimento com nada. Era um menino que estudava, que estava treinando. Tinha proposta de clubes para treinar e jogar. Só ele e a mãe. Não sei como é que a mãe vai sobreviver a isso”, declarou.
A escola onde Mariano estudava já havia recebido, dias antes do crime, ações preventivas das forças de segurança. Policiais realizaram palestras com foco no combate às drogas e à entrada de jovens no mundo do crime. Ainda assim, a instituição não escapou da violência que atinge a região, conhecida por estar sob forte influência do tráfico e de organizações criminosas.
As investigações seguem em andamento. A polícia já identificou o autor dos disparos e continua à procura dos foragidos. Enquanto isso, a morte de Mariano Moura escancara o avanço da violência dentro das escolas e levanta questionamentos sobre a segurança de alunos e professores em áreas dominadas pelo crime.
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