Conhecido como “Síndico da Penha” ou “Grandão”, Washington César Braga da Silva é apontado pela Polícia Civil do Rio de Janeiro como um dos principais gerentes do tráfico de drogas nos complexos da Penha e do Alemão, na Zona Norte da capital. Ele é investigado pela Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE) e foi um dos alvos da megaoperação policial realizada na última terça-feira (28), que terminou com 121 mortos.
De acordo com as investigações, Grandão atua como braço administrativo do Comando Vermelho (CV), funcionando como uma espécie de gestor da facção. Ele seria responsável por organizar o cotidiano dos traficantes, definir regras internas, coordenar as defesas armadas e gerenciar o fluxo de dinheiro proveniente da venda de drogas.
O “síndico” do crime
A polícia aponta que Washington César Braga ganhou o apelido de “síndico” por impor normas de convivência entre criminosos e moradores das comunidades sob domínio da facção. Ele proibiria, por exemplo, o porte de armas em festas comunitárias, principalmente em campos de futebol, e controlaria o consumo de bebidas alcoólicas nesses eventos — até mesmo entre os próprios integrantes do grupo.
Além de supervisionar o comércio de drogas, Grandão também coordenaria a segurança armada das áreas de contenção, definindo quem deve atuar em cada ponto e repassando as ordens diretamente à cúpula do CV por meio de aplicativos de mensagens.
Relação suspeita com um major da PM
As investigações também apontam possíveis ligações entre o “Síndico da Penha” e um major da Polícia Militar. Mensagens interceptadas pela Polícia Civil mostram que o oficial teria pedido ajuda a Grandão para recuperar um carro roubado.
Nas conversas, o policial envia a foto da traseira de um Corolla Cross e escreve: “Está na fé. Preciso recuperar. Carro do 01. Esse eu tenho que resolver.” O veículo, registrado em nome de Nestor Sant’anna Tavares, havia sido roubado em 26 de abril de 2024 e recuperado três dias depois.
Após o pedido, Grandão teria acionado membros da facção, pedindo: “Algum adm, joga o corola, faz favor.”
Segundo o jornal O Estado de S. Paulo, o policial citado é o major Ulisses Estevam, que ingressou na PM em 2016 e continua na ativa. De acordo com o Portal da Transparência do Governo do Rio de Janeiro, ele recebeu R$ 18.295,31 de salário líquido em setembro.
A Polícia Civil apura se houve colaboração entre o major e o tráfico. Grandão e Doca, apontado como o líder do Comando Vermelho nas ruas, conseguiram escapar do cerco policial durante a operação. Ambos seguem foragidos.


 
 
				 
					
					 
 
                        
                        
                     
 
            



