A Telebras admitiu ao Tribunal de Contas da União (TCU) a prática de “pedaladas” fiscais, uma estratégia usada para contornar a difícil situação financeira da estatal. Essa confissão ocorre em um contexto em que o presidente Lula havia prometido retirar a empresa do plano de privatizações, enquanto os recursos destinados à Telebras sob a administração petista têm sofrido cortes.
De acordo com informações divulgadas pelo portal Uol, a previsão de déficit para 2025 pode chegar a R$ 184 milhões, com a possibilidade de se duplicar em relação aos números deste ano. A estatal revelou que recorreu ao uso de Despesas de Exercício Anteriores (DEA), um mecanismo orçamentário que permite transferir compromissos financeiros do ano anterior para o orçamento atual.
Embora o DEA seja uma ferramenta legítima, seu uso deve ser restrito a situações excepcionais e conforme previsto em lei. O TCU classificou a maneira como a Telebras a utilizou como irregular, uma vez que isso resulta em um aumento artificial do orçamento e na acumulação de dívidas, comprometendo o planejamento fiscal da União.
A reportagem também destaca a forte influência do senador Davi Alcolumbre (União-AP) na Telebras. Alcolumbre, que tem exercido um papel decisivo na estatal, promoveu mudanças significativas na diretoria, colocando aliados em cargos de liderança. A Telebras está sob a supervisão do Ministério das Comunicações, dirigido por Juscelino Filho, um parlamentar ligado ao centrão, mas as diretrizes da empresa parecem estar mais alinhadas com os interesses do senador.